O embarque da soja pelo Porto de Paranaguá está mais caro para os terminais portuários. O aumento de 100% na tarifa foi determinado esta semana pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). A taxa passou de R$ 0,90 para R$ 1,80 por tonelada, o que garantirá ao Porto uma arrecadação extra de R$ 8,28 milhões na safra que será escoada este ano. O dinheiro será usado para reduzir o prejuízo que o terminal acumulava ao subsidiar esse custo.
Os nove terminais das ‘tradings’ e cooperativas e ainda os cerca de 50 terminais ‘sem teto’, que intermediam o embarque para exportação, é que terão de arcar com o pagamento da tarifa para o porto. Elas garantem que não irão repassar o custo para os exportadores e produtores de soja, para não perder competitividade entre eles. Há ‘gordura’ para queimar, avaliam alguns terminais. A garantia, no entanto, é vista com certa desconfiança pelos agricultores do Estado.
A tarifa cobrada dos terminais foi instituída no ano passado pela Appa que decidiu suspender o subsídio que dava para a movimentação graneleira. Até então, o Porto conseguia minimizar seus custos com as tarifas intraportos que eram de R$ 0,77 a tonelada. Mas essa tarifa está congelada há cinco anos, o que teria provocado sucessivas quedas de arrecadação no porto paranaense. ‘‘Foi a maneira que o Porto encontrou para não fechar no vermelho’’, disse o gerente do terminal da Cotriguaçu, Edimilson Negrão.
No entanto, ele diz que o reajuste de 100% ainda não é suficiente para dar uma folga para o Porto. ‘‘A tarifa reajustada em 90 centavos fecha em 30% o prejuízo’’, calculou Negrão. Ele estimou que o valor de R$ 1,80 ainda está abaixo do praticado nos demais portos.
O diretor empresarial do porto de Paranaguá, Lourenço Fregonese, estimou recentemente à Folha que este ano serão exportados por Paranaguá 20% mais soja em relação ao ano passado, quando foram embarcadas 4,64 milhões de toneladas. O pico da safra ocorre entre os meses março até junho.