O Paraná tem o segundo maior rebanho de suínos do País, com produção de 840 mil toneladas em 2018 (21,3% da produção nacional), e é o terceiro em comércio exterior, com 107 mil toneladas exportadas em 2018
O Paraná tem o segundo maior rebanho de suínos do País, com produção de 840 mil toneladas em 2018 (21,3% da produção nacional), e é o terceiro em comércio exterior, com 107 mil toneladas exportadas em 2018 | Foto: Marcos Zanutto/22/06/19

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, assinou na última sexta-feira (6), uma instrução normativa que reforça o reconhecimento do Paraná como área livre da PSC (peste suína clássica). A medida foi formalizada durante o Encontro Estadual de Cooperativistas, realizado na sede da Cooperativa Lar, em Medianeira, no Oeste do Paraná.

A instrução normativa desmembra o Estado de um grupo que era formado por 14 unidades federativas. Isso quer dizer que, se algum desses estados adquire status de não livre da PSC, o Paraná não é mais afetado. A zona livre na qual o Paraná estava inserido tem 5,5 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo desde Sergipe, passando por parte da Amazônia e se estendendo por todo o Centro-Oeste e Sudeste.

A partir da validação da normativa, o Paraná passa a integrar um bloco, junto com Santa Catarina e Rio Grande de Sul, de estados completamente livres da doença. O Paraná tem o segundo maior rebanho do País, com produção de 840 mil toneladas em 2018 (21,3% da produção nacional), e é o terceiro em comércio exterior de suínos, com 107 mil toneladas exportadas em 2018 - o equivalente a 16,8% do total brasileiro. Este ano, entre janeiro e outubro, já foram enviados ao exterior pelo Paraná 94 mil toneladas de carne suína.

“Para a cadeia de suinocultura é importante porque permite atingir muito mais mercados”, diz Nicolle Wilsek, técnica veterinária da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). Conforme ela, com esse reconhecimento, o Paraná tem condições de atuar em todo o mercado internacional. “Indica a abertura de novos mercados. É uma garantia que o Estado atinge requisitos de mercados internacionais.” O que permitiu que o Estado atingisse essa posição foi o seu status sanitário e a sua condição de mercado, afirmou a técnica veterinária.

Para José Luiz Vicente da Silva, diretor de Suinocultura da SRP (Sociedade Rural do Paraná), o fato do Paraná ter sido considerado área livre da Peste Suína Clássica mostra que “o controle sanitário paranaense é levado a sério e habilita o Estado a buscar mercados que antes não atingia”, como o do Japão. “Mostra a responsabilidade do setor produtivo, e mostra que o Brasil tem qualidade para exportar, deixando uma janela aberta para o futuro.” Para ele, o reconhecimento também mostra a qualidade da carne paranaense para o próprio mercado interno, destino de 80% da produção da carne.

“O Paraná, sendo uma área livre, tem mais chances de exportação, principalmente esse ano, que a China está com falta de carne”, coloca Ramiro Dias Branco Alves, que é dono de granjas em Londrina e região. Alves, que atende só o mercado interno, também espera ser beneficiado com a medida. “Os mercados (interno e externo) estão atrelados. Se existe uma demanda externa, aumenta o preço em geral.”

Nicolle Wilsek, da Faep, explica que, com o aumento das exportações, ganham tanto os produtores de suínos que exportam quanto aqueles que atuam apenas no mercado doméstico. “A partir do momento que o País começa a exportar, diminui o volume de carne no mercado doméstico e aumenta o preço da carne no mercado interno e externo. Valoriza o produto.”

A peste suína clássica é uma doença viral e está incluída na lista de notificação obrigatória pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), por ser de fácil difusão. Ela acomete somente suínos e não é transmitida para o ser humano.(Com informações da Agência Notícias do Paraná)