Os preços médios de carne bovina para exportação devem subir nos próximos meses, sustentados pela menor oferta mundial e pela venda para novos mercados, como a Rússia. ''A Argentina e o Uruguai ainda não podem vender carne in natura para o Mercado Comum Europeu, o que torna o Brasil o grande fornecedor do produto para a região'', afirmou o diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Ênio Marques. Segundo ele, no próximo mês o Brasil deve exportar o primeiro lote de carne bovina para a Rússia. Marques acrescentou que o volume a ser embarcado para a Rússia ainda não foi fechado.

Dados do Departamento de Comércio Exterior (Decex) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pela FNP Consultoria, mostram que em julho o preço médio de exportação de carne bovina (industrializada e ''in natura'') foi de US$ 1.271 a tonelada em equivalente carcaça, abaixo dos US$ 1.361 a tonelada da média de 2000 e dos US$ 1.416 a tonelada de 1999.

Para o diretor da Abiec, Ênio Marques, a meta de exportação de carne bovina para 2001 será alcançada. ''Se as vendas externas mantiveram o ritmo dos últimos meses, as exportações somarão 700 mil toneladas em volume e US$ 1 bilhão em receita cambial'', afirmou. Em 2000, as exportações totais de carne bovina somaram 553.700 toneladas. Entre janeiro e julho de 2001, as exportações totais de carne bovina somaram 395.937 toneladas e geraram receita cambial de US$ 503,821 milhões, mostram números do Decex/Secex, divulgados ontem pela FNP Consultoria.

Por conta desse aquecimento no mercado da carne, atribuído às exportações, o mercado de animais de reposição também aumenta, segundo analistas do setor. O mês da largada deve ser setembro. As chuvas, quase generalizadas nas principais zonas de pecuária, devem fortalecer os pecuaristas na retenção do gado para pressionar alta do preço do boi gordo.