Imagem ilustrativa da imagem Pagamento do 13º representa R$ 466 milhões em Londrina


O impacto do pagamento do 13º salário somente de trabalhadores de Londrina representará R$ 466,3 milhões em 2018, 5,4% a mais do que em 2017, segundo levantamento feito pelo Dieese-PR (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná). Serão quase 164 mil profissionais registrados que receberão uma injeção de ânimo na conta bancária, o que anima também o setor do comércio para as vendas de fim de ano.

No Estado, o valor chegará a R$ 8,8 bilhões, com 81,9% desse montante, ou R$ 7,2 bilhões, concentrado nas 40 cidades mais populosas. A Capital ficará com 39,8% desse total, ou R$ 3,5 bilhões que chegarão a 873,9 mil trabalhadores.
Na Região Metropolitana de Londrina, o destaque fica para Ibiporã. O município ficou com o terceiro maior crescimento no Estado em volume financeiro pago como 13º salário, com alta de 14,9% e uma soma de R$ 28,2 milhões, de acordo com o levantamento, que leva em conta dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2017 e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) até agosto deste ano.
O supervisor técnico do Dieese-PR, o economista Sandro Silva, afirma que os números mostram que a recuperação no mercado de trabalho é lenta, abaixo do esperado e ocorre de forma heterogênea, com algumas regiões e atividades mais movimentadas do que outras. "São empregos gerados no serviço, no comércio e em alguns segmentos industriais, principalmente na de alimentos, que é a que emprega mais."

Sobre a variação de valores acima da inflação neste ano, Silva conta que alguns setores com salários mais altos estão estáveis ou geraram mais empregos do que os com remuneração menor, o que puxa a média para cima. Ele cita a indústria da alimentação, a metalmecânica e a administração pública como exemplos. "O reajuste que essas categorias tiveram também foram superiores à inflação, que ficou abaixo de 2% no primeiro semestre, e isso ajuda a levantar o valor médio" conta.
Para o consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcos Rambalducci, o momento é de maior otimismo em relação ao ano passado no comércio, mas é importante fazer algumas ressalvas. Ele trabalha com um valor total levemente menor do que o estimado pelo Dieese e lembra que cerca de 30% do total já foi recebido anteriormente, por trabalhadores de empresas que permitem a antecipação da primeira parcela do 13º no pagamento das férias. "Mas essa injeção é importante porque as pessoas vão consumir mais e movimentar a economia", diz.
Rambalducci considera que 50% do valor recebido pela pessoa acaba canalizado ao consumo. "O restante é usado para pagar dívidas ou, quando a pessoa é mais cuidadosa, para poupança e para o pagamento de impostos e gastos de início de ano, como material escolar dos filhos."
Mesmo assim, o consultor da Acil acredita que o consumidor está mais empolgado a despeito da taxa de desemprego ainda alta. "Projeto de 8 a 9% de aumento nas vendas de fim de ano em Londrina na comparação com 2017", diz ele, lembrando que trabalhadores de cidades da região como Ibiporã, que passa por momento econômico aquecido, também consomem em Londrina.

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MAIOR CONFIANÇA

No comércio, o sentimento é que o consumidor vai abrir um pouco mais a carteira neste fim de ano. "Acreditamos que as vendas vão melhorar depois do pagamento do 13º, mesmo que o ano tenha sido mais parado do que esperávamos", conta a vendedora Paula Graciano, da loja Luynobuk. "Percebemos que as pessoas pensam mais antes de gastar e estão atrás de promoções, mas sempre esperamos o melhor", completa.
A nutricionista Claudenice Nayeme diz que o medo de perder o emprego neste ano é menor do que o que tinha em 2017. "A crise está menor e vou pagar as contas que tenho, guardar um pouco e fazer as compras de fim de ano, de amigo secreto e presente para o namorado."