Péricles P. Salazar , de Curitiba: ''Na edição de 11 de outubro consta uma matéria sobre a negação que os supermercados fazem em relação ao lucro abusivo sobre leite e derivados.
Há muito tempo que o Sindicarne vem reclamando sobre as fabulosas margens de lucro das redes de supermercados. Todas as semanas fazemos estatísticas sobre preços médios de atacado e varejo. Nesta semana (semana passada) constatamos as seguintes margens médias praticadas nos produtos suínos :
Produto Margem Bruta %
Carré congelado 69,75
Lombo congelado 86,64
Lombo s/osso 107,73
Costela 72,25
Paleta suína s/osso 117,03
Paleta suína c/osso 55,06
Pernil s/osso 49,25
Pernil c/osso 44,78
Copa 58,46
Linguiça toscana 45,79
Linguiça de pernil 54,78
Apresuntado 141,66
Bacon defumado 41,89
Lombo defumado 110,36
Linguiça defumada 54,16
Salsicha hot-dog granel 61,50
Pés 162,69
Rabo 122,58
Orelhas 130,32
Estas margens brutas elevadas encarecem os produtos e dificultam o giro de estoque, além de prejudicar todos os elos da cadeia produtiva.
Não estamos ainda considerando as diversas cobranças feitas por fora pelos supermercados, tipo : rapél, bonificação, aniversário, enxoval, gôndola, etc. Se considerarmos estes itens veremos que grande parte dos lucros auferidos pelas redes é na atividade não operacional, ou seja, imposições aos fornecedores sob pena de ser retirado da lista de fornecedores.
Nota Péricles Pessoa Salazar é presidente executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado do Paraná.
Pedro Branco , de Londrina: ''Quero aproveitar esta oportunidade para realizar alguns comentários a respeito da matéria ''Sindicarnes contesta alta nso preços do boi gordo'', veiculada no dia 3 de outubro pela Folha do Paraná/Folha de Londrina , no caderno Agribusiness.
Primeiramente, gostaria de saber qual é a finaldiade do Sindicarnes? Quem paga o salário dos funcionários? Quais são os dias da semana em que há expediente? E quando acontece as férias dos funcionários?
Gostaria de lembrar aos dirigentes desta entidade que sem a nossa produção (neste caso, a produção de carnes), ela não existiria. A classe produtora não tem feriado, sábado e nem domingo, seja com chuva ou sol. Nós produzimos alimentos para a mesa da população e os custos de todos os bens (insumos, maquinários, óleo diesel, entre outros) utilizandos para a produção são baseados no dólar.
Vale exemplificar ainda que historicamente a diária de um trabalhador rural avulso comprava apenas um quilo de carne de ''segunda'' e, hoje com esta mesma diária ele compra mais de 3 quilos de carne com a mesma quantidade. O sr. Fanaya, do Sindicarnes, não sabe que atualmente com um salário mínimo este trabalhador compra até duas vezes ou mais alimentos do que em alguns anos atrás. E que, ao contrário do que ele desconhece, a cotação média, em dólares, da carne bovina só vem declinando nos últimos anos: 1995, 1996, 1997 e 1998, US$ 21,00; 1999, US$ 20,00; 2000, US$ 19,00 e 2001, US$ 16,00.
É preciso ver a realidade do campo, pois ele só fica em seu escritório com ar-condicionado (eu imagino!). Se ele soubesse desta realidade não teria repassado informações incorretas ao repórter.
O que faz o dinheiro do assalariado ''sumir'' são as absurdas tarifas públicas (água, luz, telefone e impostos). O que sobra do