Oswaldo Petrin
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 01 de junho de 2000
Um teste para o governo FHC mostrar se está ou não preocupado em recuperar a renda da agricultura. E se tem consciência do estrago que sua política econômica tem causado ao setor primário, que sustentou todo impacto da estabilidade recessiva.
Seguinte: a diretoria da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) entregou ontem ao ministro Pratini de Moraes uma proposta para o plano de safra 2000/2001.
Objetivo importante do plano é aumentar a renda e a produção nacional de grãos. O estudo aponta a necessidade de R$ 20 bilhões para o financiamento de custeio e de investimento e a ampliação dos recursos destinados ao crédito rural, através da exigibilidade bancária, que hoje são de 25% sobre os depósitos à vista para 30%.
A proposta inclui ainda a redução das taxas de juros prefixados, que atualmente são de 11,95% ao ano para 8,75% ao ano, para os produtores. Com a redução dos juros prefixados, seria possível reduzir a taxa média dos custos cobrados dos agricultores (incluindo os juros pós-fixados), que hoje é de 21,75% ao ano. O ideal é reduzir esta taxa média para 16,75% ao ano, afirmou.
Outro ponto importante mede o prestígio do ministro Pratini na área financeira. É que a proposta amplia os limites de financiamentos concedidos para o cultivo da soja, de R$ 100 mil para R$ 300 mil no Centro-Oeste, norte, sul do Maranhão, sul do Piauí e Bahia-sul, para R$ 100 mil nas demais regiões. No caso do algodão, o pleito é de elevar o limite máximo de financiamento para R$ 500 mil por produtor, cujo crédito de custeio hoje está limitado a R$ 300 mil.
Enquanto isso, o setor mostra sua força. As exportações brasileiras de agronegócio obtiveram um superávit de US$ 3,6 bilhões de janeiro a abril deste ano, apesar de ter ocorrido uma queda significativa nos preços das principais commodities, como soja, café e carnes, conforme dados divulgados ontem pela Agência Estado. Este saldo é resultante de exportações no valor de US$ 5,66 bilhões e importações de US$ 2,08 bilhões no setor. Comparando com o mesmo período do ano passado, as exportações se mantiveram constantes em função do atraso na comercialização das principais commodities e da fraca recuperação dos preços internacionais.
LEITURA DINÂMICA
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