Análise de risco. É risco
A crise no abastecimento de carne no Estado de São Paulo será debatida hoje em reunião entre empresários do setor e técnicos do Ministério da Agricultura. Se o impedimento da carne de Mato Grosso já estava complicando, a situação se agravou após proibição da entrada de gado do Paraguai, sexta-feira, como medida preventiva para evitar a disseminação da aftosa.
Os paulistas querem uma alternativa ‘‘técnica e econômica’’ para que os animais sadios em condições de abate possam ser transferidos do Mato Grosso do Sul para São Paulo. O Ministério mandou dizer que quando o assunto é sanidade, não costuma transigir. Sendo aftosa, então, não cede um milímetro. Até porque já foram feitas algumas concessões. Está autorizado o transporte da carne sem ossos e dos animais vivos após exame sorológico e quarentena.
A indústria afirma que as alternativas aprovadas pelo Ministério da Agricultura não foram eficientes. As indústrias do Mato Grosso do Sul não têm equipamento para realizar a desossa na quantidade necessária e as quarentenas se tornaram impossíveis porque no Brasil não existem laboratórios com estrutura para efetuar o serviço.
Enquanto isso, o preço aumenta. Ontem houve frigorífico que reduziu o abate a 50%, por não conseguir trazer gado em pé ou carne do MS. O bloqueio é apontado como principal causador da diferença de preços da arroba, que em Araçatuba voltou aos R$ 42,00, mas em Campo Grande (MS) valia, ontem, apenas R$ 35,00 (Agências Estado, Folha, empresas de Consultoria, Sociedade Rural do Noroeste do Paraná).
Mas, ontem, a FNP consultoria previu um desfecho para o impasse. O Ministério deve aceitar a chamada ‘‘análise de risco’’, proposta pelos frigoríficos. Assim, o fluxo de carne bovina e animais entre Mato Grosso do Sul e São Paulo deve aumentar nos próximos dias. Segundo a FNP Consultoria, essa é a expectativa em relação a iminente aprovação do Ministério da Agricultura do método de análise de risco. Com isso, a diferença de preço entre os Estados deve diminuir.
Pela análise de risco, sugerida pelos frigoríficos uma equipe técnica avalia o gado de cada fazenda, liberando para transporte até São Paulo somente aqueles lotes originários de propriedades que possuem documentação sobre as vacinações periódicas realizadas em seus rebanhos. Alguns técnicos consideram perigosa a operação por ser ‘‘suscetível à falhas’’ e repercutir negativamente na Organização Internacional de Epizootias (OIE).



LEITURA DINÂMICA
-Fonte de Avipar - que representa os abatedouros do Paraná - disse que não há preocupação com as restrições sanitárias que a Argentina quer impor ao frango brasileiro.
-É que, em matéria de sanidade, o Brasil está à vontade. Atende, por exemplo, as especificações e inspeções do exigente mercado europeu, americano e do Oriente Médio.
-Seguinte: Resolução assinada pelo secretário de Agricultura da Argentina, deve acirrar o conflito entre Brasil e Argentina sobre o comércio de carne de frango.
-A resolução cria barreiras sanitárias à importação de frango, o que deverá afetar o comércio bilateral com o Brasil.
-Das informações sanitárias requeridas pelo governo argentino estão a certificação de que o país exportador seja declarado livre da ‘‘influenza aviária’’ e da ‘‘doença de New Castle’’ pelos critérios do Escritório Internacional de Epizootias (OIE).
-A resolução também estabelece que a carne de frango venha com registro de origem, não fazendo nenhuma referência específica aos países do Mercosul.

DROPS
Arisco/Vende Está em estágio final de negociação a venda da Arisco, por US$ 490 milhões, para o grupo norte-americano Bestfoods. A empresa assime também uma dívida de US$ 260 milhões.
Bestfoods Comprador tem produtos conhecidos no Brasil: Knorr, Mazola e Maizena, além da maionese Hellmann’s,
Pfizer A Pfizer adquiriu ontem a Warner-Lambert por US$ 90 bilhões, criando o líder norte-americano e o segundo maior grupo mundial do setor farmacêutico, com 6,5% do mercado. (Veja mais neste caderno de Economia).
Planos O O nome da megaempresa será Pfizer. O grupo deve buscar a liderança global nas vendas farmacêuticas, atingindo US$ 31 bilhões em 2001.