Oswaldo Petrin
PUBLICAÇÃO
sábado, 12 de fevereiro de 2000
Sábado, dia do Leitor
Sábado é dia do leitor se manifestar através de sugestões, críticas/elogios, pelo correio, fax, e-mail ou telefone.
Salvador A. de Mello e Silva , de Altônia: Reconhecemos a boa intenção do sr. Devanil Vicente, do Sindicato dos Corretores, ao aconselhar a venda do café, avisando que o preço vai cair (Folha Agribusiness 10/2). Mas dispensamos este tipo de alerta que acaba criando uma situação de fato. Se a Folha quiser ajudar o produtor, tem que evitar essas previsões, elas vêm para engambelar o produtor.
Ricardo G. Strenger , de Abatiá: Quero comentar alguns itens da entrevista do sr. Devanil, do Sincafé. Vejo, com tristeza, que as pessoas não têm a grandeza de reconhecer os fatos com base em dados reais e ficam sofismando para induzir produtores a vender sua safra preços não satisfatórios para o momento que atravessamos. A quebra da safra brasileira será grande; a safra colombiana já quebrou; o café da América Central e México já foi vendido; a produção mundial é decrescente. Todos sabem que o Arábica não será suficiente para abastecer o mercado, portanto deixemos que a lei da oferta e procura estabeleça preços. Em anos de fartura ninguém se preocupou com os preços baixos ao produtor. Sr. Devanil: não colabore para que quebrem a galinha dos ovos de ouro dos filiados do Sincafé. Como diz o senhor, os produtores devem parar e pensar! De fato. Mas pensar nos meios para nos defendermos de abusos econômicos.
Benedito C. Moreira , de Londrina: Não concordamos com a opinião do sr. Devanil, do Sindicato dos Corretores, ao afirmar que café a 110 dólares está bom. Devanil, assim como os técnicos do governo, é homem de escritório com ar condicionado. Pergunto: tem ele noção do custo de um saco de café? Sabe, ao menos, quanto custa um litro de fungicida? E para recuperar um pé de café dessa seca, sabe quanto custa? Quem levanta cedo e passa o dia em cima do trator, sabe!. Digo mais: está havendo um problema novo aqui na nossa região, tida como terra fértil e generosa (as pessoas pensam que na terra fértil do Norte do Paraná, o café, o milho e a soja brotam sozinhos pelo chão e paredes). O novo aqui é o nematóide. Nematóide não é fácil. Um milheiro de mudas de café comuns custa R$ 130,00. Mas se ela é tratada e considerada sem nematóides custa R$ 400,00. Só para dar idéia das dificuldades por aqui. Por tudo isso, quero dizer que 110 dólares por saca de café pode ser bom preço para quem está no escritório da cidade, com ar condicionado.
Carlos E. C. Manso , de Maringá: Parabéns ao sr. Francisco Galli, presidente da SRP, pela opinião emitida sobre produção de café de qualidade (artigo publicado na página de opinião da Folha do Paraná, dia 6/2) e dizer que os cafeicultores querem qualidade, mas precisam da recompensa.
José G. Zancanner , de Jacarezinho: Parabéns pela entrevista de ontem (6/2) dos senhores Francisco Galli e Florindo Dalberto, referente à qualidade do café.
LEITURA DINÂMICA
-Feijão e arroz são os produtos que tiveram maior baixa de preço nos supermercados, esta semana: 4,20% e 0,49%. Nos hiper, o preço do feijão cedeu mais: 5,32%. Fonte: DataFolha.
-A norte-americana Sara Lee está comprando a área de café da Companhia União dos Refinadores, que produz as marcas de café União, Caboclo e Pilão.
-A União deve sair da área de café, ficando apenas com o seu foco de negócios em açúcar (AE).
DROPS
Bolsa/álcool A Bolsa Brasileira de Álcool informou ontem que os leilões da Conab, esta semana, não puxaram os preços do combustível para cima, ao contrário do que foi divulgado.
Recupera Está havendo apenas a recuperação dos preços de novembro/dezembro, afirma Jacyr Costa, diretor da Bolsa, referindo a evolução de 4,8% nos preços médios dos leilões.
Alta média As médias de preços nos leilões desta semana passaram de R$ 0,393 para R$ 0,412/litro, alta de 5,05%.
Próximo O próximo leilão está marcado para o dia 24. Nele deverão ser ofertados novamente 60 milhões de litros.
Normal De acordo com o Ministério da Agricultura, os preços do álcool combustível estão estabilizados, e o abastecimento de álcool hidratado está normal.