O setor de serviços abriu 11,9 mil vagas nos primeiros cinco meses do ano no Paraná, conforme o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. O volume é até maior do que da indústria, ainda que alguns segmentos, como saúde, tenha passado ao largo da crise por serem de primeira necessidade. Ao mesmo tempo, outras atividades, como serviços de alimentação e de transporte, indicam uma maior demanda regional e um impacto importante na movimentação econômica paranaense.

O presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Julio Suzuki, considera relevante o setor socialmente. "Serviços não são exportados, como ocorre na indústria ou no comércio, então se o setor reage é porque o paranaense pode gastar mais nisso", diz. Ele lembra ainda que serviços e comércio representam 65% do PIB (Produto Interno Bruto) paranaense.

Para o economista Cid Cordeiro, a remuneração no setor nem sempre é tão alta. "Temos de ter cuidado ao analisar os dados, porque a atividade médica, ligada a hospitais, passa ao largo da crise", diz. "Já o comércio e administração de imóveis está mais ligado a serviços de contador, de escritório, e não tanto à construção civil", completa.

Mais aumentos
O setor de construção abriu 2,9 mil vagas no Paraná de janeiro a maio, mas indica uma recuperação lenta. Isso porque, mesmo com a alta, o saldo em 12 meses é negativo em 10,6 mil empregos. "Existe uma retomada dos lançamentos e de empreendimentos que estavam parados", diz Suzuki. "É surpreendente porque está negativa no Brasil, mas é uma atividade que vem de um ajuste muito forte nas demissões", completa Cordeiro.

Na agropecuária, porém, a expectativa de ambos é que o desempenho positivo de 1,8 mil postos de trabalho no ano não se mantenha no segundo semestre. A atividade demanda maior mão de obra até junho, quando é feita a colheita do grosso da safra nacional.

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