Uma operação-padrão realizada por servidores públicos responsáveis pela fiscalização de cargas agrícolas na fronteira do Brasil com o Paraguai provocou uma fila de mais de três mil caminhões. Eles aguardam a liberação do carregamento no Porto Seco de Foz do Iguaçu (Oeste). A mobilização dos funcionários da Receita Federal começou em dezembro de 2021 e os efeitos do ato vêm se avolumando.

A operação-padrão foi deliberada em assembleia nacional e tem a adesão dos auditores fiscais nas alfândegas de todo o país. A ação integra a mobilização nacional da categoria pela reestruturação da carreira e o reforço no quadro de funcionários. Eles reivindicam a regulamentação do bônus da eficiência, a realização de concurso público e protestam contra os cortes orçamentários na Receita Federal, segundo o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal). Uma medida definida pela União reduziu em 51% a verba operacional destinada para 2022.

Em entrevista ao Jornal Nacional veiculada na última quinta-feira (10), o auditor fiscal Flávio Bernardino de Carvalho, representante do Sindifisco em Foz do Iguaçu, destacou a importância da fiscalização, do controle do comércio exterior e da arrecadação para a realização das políticas públicas, para evitar a concorrência desleal e para garantir a estabilidade de todo o parque empresarial brasileiro. “É com isso que a gente conta, que a situação da Receita Federal volte ao normal”, afirmou ele.

No Paraná, o G7 – grupo que reúne as principais lideranças empresariais no Estado – encaminhou um ofício ao Ministério da Economia e à Receita Federal no Paraná externando a preocupação com a situação, mas ainda não obteve resposta. As entidades estimam em R$ 4 milhões o prejuízo diário com a mobilização dos fiscais da Receita Federal, que elas classificam como “operação tartaruga”. “Fora todo esse contexto econômico, que está prejudicando muito, há a preocupação com o que estão fazendo com os caminhoneiros, que estão parados na estrada, no calor de 40 graus de Foz do Iguaçu, sem alimentação, sem higiene, uma situação difícil”, disse o presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) e coordenador do G7, Fernando Moraes.

Fazem parte do G7, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e Associação Comercial do Paraná (ACP).

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.