Fiscais da Secretaria Municipal de Obras foram nesta segunda-feira (8) até o lugar onde deve ser implantada a Cidade Industrial, no prolongamento da Avenida Saul Elkind até Cambé, zona norte de Londrina, e constataram "a inexistência de trabalhadores, máquinas ou qualquer atividade da empresa responsável", a Construtora e Incorporadora Squadro, de Curitiba. Ela venceu a licitação e vai receber quase R$ 24 milhões da prefeitura.

Imagem ilustrativa da imagem Obras de infraestrutura da Cidade Industrial de Londrina estão atrasadas
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

Por conta do atraso, o secretário de Obras, João Verçosa, determinou o "imediato início das obras", como escreveu na notificação. No documento, ele relembra que, durante uma reunião no final de janeiro, representantes da instituição curitibana "assumiram o compromisso de começar as atividades pertinentes à execução nesta segunda. No dia 1º de fevereiro, foram encaminhados ao setor de topografia da empresa os projetos de perfil de pavimentação".

Se isso não for acatado, a Squadro será submetida "à aplicação das sanções contratuais cabíveis". A ordem de serviço foi assinada no dia 20 de novembro do ano passado. De acordo com o contrato, o loteamento deve ser feito até maio de 2022. É de responsabilidade da construtora o cercamento, infraestrutura urbana, construção de rede de galeria pluvial, saneamento básico, iluminação pública com LED e instalação de rede de energia elétrica.

Segundo a Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), a expectativa é abrigar 90 empresas em uma área total de mais de 1 milhão de metros quadrados. Na época do lançamento do empreendimento, o presidente do órgão, Bruno Ubiratan, informou que mais de 120 entidades teriam se interessado nos espaços.

O funcionamento da Cidade Industrial é aguardado com muita expectativa na cidade. Segundo dados do Caged (Cadastros Geral de Empregados e Desempregados), Londrina fechou 2020 com quase mil vagas negativas de emprego. Um dos motivos apontados é o baixo índice de industrialização. Cidades como Ponta Grossa, nos Campos Gerais, já colhem frutos com a atração de indústrias.

O empreendimento vem na esteira de incentivos do governo estadual, que tem como prioridade descentralizar a produção industrial no Estado, criando polos por todo o interior, daí a importância de agilidade nas obras, para fortalecer a competitividade frente a outras regiões do Paraná. A reportagem tentou contato com a Construtora Squadro, mas ninguém retornou as ligações.