O que fazer com o prêmio da Mega-Sena? Colunista da FOLHA dá sugestões

O ganhador dos R$ 5,5 milhões sorteados na Mega Sena do sábado (28), cuja aposta foi feita em uma lotérica de Londrina, poderia comprar 13 apartamentos de 150 metros quadrados na Gleba Palhano ou três apartamentos de alto padrão em Londrina. Pode, ainda, adquirir 156 carros populares com o prêmio total.

Entretanto, o professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e colunista da Folha de Londrina Marcos Rambalducci afirma que o valor não é “tanto dinheiro assim” e alerta que o ganhador precisa estudar muito bem como investir esse valor para que não “escape tudo pelas mãos”.

O economista ressalta que existem muitas pessoas em Londrina detentoras de valores superiores ao último prêmio da Mega Sena. “Se observar as casas de alto padrão, elas são negociadas por cerca de R$ 1,5 milhão em Londrina, o que significa que ele pode ter esses três imóveis. Mas, para comprar um apartamento de luxo em Copacabana (Rio de Janeiro), ele terá de colocar mais dinheiro, porque o prêmio não é suficiente”, compara.

Por outro lado, é possível, sim, manter um padrão de vida confortável se o investimento for bem pensado. Caso adquira os 13 apartamentos de 150 m², por exemplo, o economista calcula uma renda de cerca de R$ 91 mil por mês com alugueis.

Já se adquirir os 156 carros populares, é possível obter uma rentabilidade de R$ 70 mil mensais, excluídos os custos dos veículos. “Este é o lucro que teria se alugasse a frota para motoristas de aplicativos, por exemplo. Mas, neste caso, os carros são usados como bens de capital. Carro próprio não é investimento, porque traz despesas e desvaloriza”, alerta.

O economista também recorda que há outras formas de obter renda com este valor. Se investir todo o prêmio em títulos da dívida pública, o sortudo receberia cerca de R$ 25 mil por mês. “Títulos do tesouro não são um grande investimento, mas são dos mais seguros”, explica.

Para obter renda com imóveis, por exemplo, Rambalducci afirma que não é preciso propriamente comprá-los: é possível investir em fundos de investimentos imobiliários.

O colunista de Economia da FOLHA ainda sugere que o ganhador faça um mix de investimentos que garantam rentabilidade de várias fontes. “Não pode colocar todos os ovos numa única cesta”, alerta. Uma possibilidade seria colocar uma parte dos recursos em letras imobiliárias; outra parte em títulos da dívida pública, que rendem pouco, mas são seguros; e uma terceira parte em renda variável, desde que tenha a orientação correta para aplicar em empresas sólidas que deem retorno”, exemplifica Rambalducci.

Ele ainda afirma que o perfil de investimento varia a cada pessoa. “De acordo com a idade, a composição é feita de maneira diferente. Se é alguém mais velho, provavelmente não está disposto a correr riscos com esse patrimônio. Se é um rapaz de 25 anos, ele está mais disposto entrar em aplicações mais arriscadas, mas que rendem mais”, diz.

O importante, frisa o economista, é buscar boa orientação para fazer o dinheiro render. “É bom ter cautela e boa orientação, principalmente se o ganhador não está acostumado a trabalhar com um volume de recursos destes. E, pelo jeito da aposta, aparentemente é uma pessoa que não tem uma renda tão elevada. Então, ele precisa encontrar alguém que oriente para dar suporte e não dilapide esse patrimônio.”