A Feira EletroMetalMecânica de Inovação teve palestras e rodadas de oportunidades
A Feira EletroMetalMecânica de Inovação teve palestras e rodadas de oportunidades

Ainda existe muita desinformação sobre o tema inovação. A afirmação é de Allan Costa, empreendedor serial, investidor-anjo, mentor de startups e um dos palestrantes do segundo dia da Feira EletroMetalMecânica de Inovação, promovida pelo Inovemm (Ecossistema Eletrometalmecânico) e realizada pelo Sindimetal (Sindicato das Indústrias, Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Norte do Paraná) e pelo Sebrae, com apoio do Grupo Folha de Comunicação.

Algumas das desinformações mais disseminadas, conforme Costa, é que inovação é cara, complicada, ou que exige muita tecnologia. “A inovação depende, fundamentalmente, de olhar para o cliente, suas necessidades, perceber as suas transformações para convergir o que a empresa entrega com a mudança no comportamento.”

Na opinião de Costa, o Brasil é um país empreendedor, mas pouco inovador. “A coisa mais importante nesse contexto de transformação é a mentalidade do empresário. O fato de a empresa ser tradicional não é vantagem, nem desvantagem”, diz. Para o palestrante, a inovação também não é mais fácil dependendo do porte ou do setor da empresa. “A questão chave é a mentalidade do empresário e como ele percebe que a inovação pode ajudá-lo a tornar a empesa melhor.”

De acordo com Costa, a mentalidade inovadora pode ser adquirida. “Passa pela abertura do empresário, por ele abrir mão de suas convicções e incorporar novas, desaprender para aprender. Ele tem que estar impermeável, disposto a entender as transformações. Ter proatividade em torno do tema.”

E inovar não significa, necessariamente, promover grandes mudanças na companhia. “Inovação se faz no dia a dia. Vem de uma melhora nos processos, da mudança na forma como se relacionar com os clientes. Grandes resultados vêm das pequenas coisas.”

Transformação digital

Além de Costa, também palestrou na Feira EletroMetalMecânica de Inovação Arthur Igreja, empresário, investidor-anjo, professor pela FGV e co-fundador do #AAA (Os cinco minutos mais transformadores do seu dia). Igreja falou sobre transformação digital, e diz que acredita em “uma abordagem muito pragmática” do assunto. Para ele, para que uma empresa transforme-se digitalmente também não é preciso grandes feitos. Para os pequenos, isso talvez seja ainda menos factível. Uma empresa pode se transformar ao melhorar os seus canais de atendimento, ou usar a tecnologia para dar mais fluidez ao trabalho, por exemplo. Por outro lado, os pequenos têm uma capacidade maior de encontrar nichos de mercado para mudar o seu modelo de negócio.

Na opinião de Igreja, a transformação digital vai muito mais além de incorporar a tecnologia nos negócios. Também envolve novos comportamentos e modelos de negócios.

Para mostrar como uma empresa tradicional pode mudar a mentalidade para realizar a transformação digital, Igreja fez uma comparação com o casamento: os motivos que levam um casal a se casar não são os mesmos que fazem o relacionamento perdurar. Da mesma maneira, o sucesso que trouxe o negócio para 2019 não são os mesmos que vão fazê-lo sobreviver.

Conforme as mudanças acontecem mais rápido, buscar a transformação digital sozinho não é recomendado. “É importante buscar apoio. Sozinho, não se consegue encontrar o caminho. Os problemas têm se tornado cada vez mais complexos.” Para Igreja, é importante buscar ajuda e outras informações. “Só se consegue fazer diferente escutando o diferente.”

Feira

A Feira EletroMetalMecânica de Inovação terminou nesta quarta-feira (3). Além das palestras, houve rodadas de oportunidades, com a participação de 49 empresários, e de integração, que uniram empresários, a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e o Ceal (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina) em busca de soluções para os problemas do setor.