Estereotipado por muitos como uma forma de divulgar uma marca ou de vender um produto, o marketing pode ir muito além da publicidade. Essa é a forma com que o novo colunista da Folha, Lúcio Olivo Rosas, enxerga o marketing. A partir desta quinta-feira (03), ele vai trazer casos reais de como essa ferramenta de comunicação pode ser utilizada para criar conexões entre pessoas, tanto no meio público quanto em relações particulares.


Maringaense, Lúcio Olivo Rosas tem 57 anos de vida e uma bagagem de mais de 20 anos como professor universitário. Formado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e em Administração pela Unicesumar, no mestrado optou por seguir na área da comunicação e da semiótica na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo após ministrar aulas de legislação e ética no curso de Jornalismo.

Com experiência em emissoras de televisão, foi como professor que se encontrou: atualmente ministra disciplinas de marketing, semiótica e planejamento estratégico na Unicesumar. Com o marketing político, ajudou na campanha para eleger o prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PTB), e foi secretário de Comunicação por dois anos durante este segundo mandato.


Agora, assume o que chama de um “novo desafio” ao ser o mais novo colunista da Folha. Intitulada Connecting, Rosas adianta que o que motivou a escolha de falar sobre o tema é que muitos ainda não olham o marketing como uma forma de criar relações entre as pessoas, sendo algo que vai além da divulgação ou da publicidade.


Segundo ele, a cada semana vai ser escolhido um caso para explicar como funciona esse uso do marketing para conectar pessoas. Por conta da experiência recente na política, muitos casos vão ser relacionados ao uso desse tipo de comunicação na gestão pública. “Eu não quero transformar em um coluna política, mas eu quero falar de gestão pública para que isso sirva de informação para o cidadão, para que ele saiba qual é a intenção de tudo aquilo que está em volta dele, criar um senso crítico e que, com isso, ele possa tomar decisões políticas melhores para todos nós”, ressalta.

Já a experiência em sala de aula vai ser utilizada para traduzir a linguagem mais técnica para que todas as pessoas possam entender e refletir. “[O desafio] é criar uma linguagem que possa gerar esse entusiasmo nas pessoas e falar muito em poucas palavras, que é o meu maior desafio."

Rosas explica que as pessoas fazem marketing em todas as áreas, do vender um produto ao engatar um relacionamento amoroso. “Quando a gente quer ter uma relação com alguém, a gente tenta conquistar, então, é preciso saber quais são as características da pessoa, eu preciso encantar, eu preciso ser verdadeiro, se não as relações não têm conexão, elas acontecem e viram fumaça”, afirma.

Segundo ele, o marketing é uma ferramenta utilizada para se identificar com as pessoas, sejam elas clientes, eleitores, fiéis ou uma possível relação afetiva. “O marketing gera relacionamentos, que podem ser através de um produto, de informação, conceitos, ideologias, crenças e outras formas. Isso é feito para criar conexões, mas as pessoas precisam gostar daquilo que você oferece, então, é preciso que seja relevante para a vida das pessoas para que assim você crie um vínculo emotivo no processo”, detalha.

Apesar de tratar de temas e conceitos específicos do universo da comunicação, o professor afirma que essa é uma coluna para todas as pessoas, buscando auxiliar na interpretação de conteúdos reais e que estão presentes no cotidiano da vida das pessoas.