A nova onda de Covid-19 causada pela variante ômicron e a epidemia de gripe H3N2 no Paraná voltam a ameaçar a saúde financeira de bares e restaurantes. Em Londrina, empresários veem com preocupação o avanço das doenças respiratórias que já afeta o fluxo de clientes nos estabelecimentos em um mês que costuma ser de bom movimento, em razão do período de férias e do calor. Entidades representativas do setor estimam em cerca de 30% a queda no faturamento, na comparação com dezembro passado.

“A gente percebe a diminuição dos clientes, porém não associamos às férias. Janeiro sempre foi um período bom para o setor gastronômico, mas neste ano tivemos um período atípico. Associamos essa queda à epidemia de H3N2 e à Covid”, disse o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Leonardo Leão.

O proprietário de um bar tradicional em Londrina calcula em 50% o prejuízo financeiro em janeiro, na comparação com dezembro passado, reflexo da não realização de eventos programados. Entre seis e oito eventos foram cancelados ou remarcados após o avanço dos casos de Covid-19. Ele contou que logo após a virada do ano, quando os dados epidemiológicos indicaram a explosão de casos da doença, o público começou a diminuir naturalmente. “Nunca passamos de 70% da capacidade do bar, mas quando percebemos que a contaminação aumentou, reduzimos para 50% e desmarcamos os eventos com maior público, principalmente os que dão mais fila”, comentou.

Também houve afastamento de músicos e funcionários do estabelecimento devido à suspeita ou confirmação de contaminação pela Covid-19. “Se o funcionário espirra ou tem dor de garganta, falo para não ir. Aí, tem uma espera de três dias para colher o exame e mais sete dias de afastamento caso haja a confirmação do contágio. Como diminuiu o movimento, a necessidade de funcionários também diminuiu, mas esses afastamentos prejudicam, sim”, disse o proprietário do bar.

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Ele relatou ainda que esperava essa nova onda da doença, mas não achava que os casos voltariam a subir em janeiro. “Achava que seria mais para frente. É um transtorno grande. A gente espera que assim como subiu rápido, que desça rápido também”, avaliou. “Dezembro e janeiro são meses de bom movimento. Apesar de muita gente sair da cidade, muitos vêm passar as festas aqui e acabam ficando e vêm ao bar para matar as saudades.”

“Enquanto estamos vivendo essa realidade, temos que trabalhar com capacidade reduzida e tem empresários que não trabalham ou reduzem o período de atendimento, abrindo apenas para almoço ou jantar. A situação fica ainda mais complicada pela falta da testagem em massa. Você tem que acreditar na boa fé das pessoas”, disse o presidente do Sindiabrabar (Sindicato das Empresas de Gastrononima, Entretenimento e Similares de Curitiba), Fábio Bento Aguayo. Segundo ele, o faturamento está cerca de 30% menor do que o computado no mês anterior. “Além das despesas, você tem produtos que podem vencer e perder, é a soma de várias coisas que acarreta prejuízo.”

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