Agência Folha
De São Paulo
O mercado financeiro brasileiro não deverá ser abalado pela nova taxa de juros norte-americana. O aumento de 0,25 ponto percentual dos juros nos Estados Unidos já havia sido absorvido nas duas últimas semanas. As aplicações em renda fixa e em ações não sofrerão mudanças, avaliam os analistas. ‘‘As Bolsas reagiram bem à decisão do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), e o cenário econômico deve permanecer positivo’’, disse Carlos Mendes, diretor de investimentos da Linear. Para o analista de renda fixa da Pictet Modal, Luis Otávio de Souza Leal, os investimentos no País não sofrerão alterações em decorrência da alta do custo do dinheiro nos EUA.
‘‘O resultado já estava no preço. Boa parte da queda da Bolsa no começo do ano refletiu essa perspectiva de alta de juros lá fora’’, afirmou. Para Leal, o aumento dos juros não deverá influenciar a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os juros domésticos. A tendência de queda dos juros no Brasil deve prosseguir, apesar de o presidente do Fed, Alan Greenspan, ter demonstrado preocupação com a pressão inflacionária nos EUA, que pode se traduzir em novos aumentos de taxas. Para Eduardo Oliveira, diretor de renda fixa do Deutsche Bank, o discurso de Greenspan não assustou o mercado.
‘‘O discurso do Fed correspondeu às expectativas dos analistas. Ele reafirmou que, à medida que perceber que os preços começarem a subir, vai mexer nos juros novamente’’, disse. Oliveira observou que, se a taxa de juros norte-americana tivesse apresentado alta superior a 0,25 ponto percentual, iria ocorrer pressão para aumento de juros no Brasil.