O dólar disparou logo na abertura dos negócios ontem e chegou a ser vendido a R$ 2,085, o que fez o Banco Central (BC) voltar a monitorar com mais atenção o comportamento da moeda, segundo operadores do mercado.
As incertezas em relação ao alcance do pacote argentino – que deve ser anunciado hoje – a forte queda do principal índice da Bolsa de NY, o Dow Jones, e a crise político-econômica do Japão foram os principais fatores apontados por analistas para justificar a pressão no câmbio.
Apesar de o BC não ter vendido dólares, o mercado está alerta à possibilidade de a instituição intervir no câmbio devido à forte volatilidade. Com a alta de 0,73% ontem, o dólar encerrou os negócios a R$ 2,078 (venda). Essa é a maior cotação do dólar em relação ao real desde 4 de março de 99, quando terminou o dia vendido a R$ 2,08.
No cenário interno, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, que ficou em 0,47%, não agradou ao mercado. A volatilidade do mercado de câmbio nos últimos dias tem deixado cautelosos até mesmo os exportadores, que não sabem qual o melhor momento para negociar a moeda.
‘‘Os exportadores não se atrevem a negociar nesse preço. Quem vendeu a R$ 2,05 na segunda-feira está puxando os cabelos’’, diz João Medeiros, da corretora Pionner. Com a alta de ontem, o dólar comercial já acumula alta de 6,51% neste ano. Em uma semana, a moeda dos Estados Unidos subiu 2,11%.