Proprietário do prédio que abriga o Camelódromo de Londrina, o empresário Mohamad El Sayed admite que há cerca de 30 lojas fechadas no centro de compras que teria, ainda de acordo com ele, cerca de 330 boxes, mas que não há nenhum ponto para ser alugado. "Todos estão locados", diz. Ele ainda argumenta que, reconhecendo o período de crise por qual passa o País, não corrigiu o valor dos alugueis nas últimas duas renovações e afirma que deve manter o posicionamento mais este ano.
O empresário contabiliza que a dispensa de reajuste nos valores, que teria como base o Índice Geral de Preços Médio (IGPM), levou a uma defasagem nos valores cobrados que se aproximam dos 18% em 30 meses. "Por causa disso, a redução é impraticável", diz. O índice de fevereiro, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), bateu a casa dos 12% no período de um ano.
Para El Sayed, o motivo de haver lojas fechadas é que alguns inquilinos tentariam sublocar seus boxes, o que elevaria os custos e tornaria o negócio inviável. "Além disso, nós não aceitamos a sublocação", recorda.
Segundo o gerente administrativo do Camelódromo, Samuel dos Santos, a redução no aluguel é um pedido da maioria dos condôminos que atuam no local, conforme debatido na assembleia realizada no último dia 3. "São cerca de 500 famílias que trabalham aqui dentro, gerando 1,5 mil empregos diretos e outros 2 mil indiretos", diz.
Além dos alugueis, os microempresários têm de arcar com os custos do condomínio, que engloba, entre outras contas, o rateio de água e de energia elétrica. Santos diz que o proprietário não quis negociar com a administração do centro de compras. Entretanto, Organização Não Governamental (ONG) Canaã, que administra o negócio, pouco pode fazer, já que a locação passou, ainda no governo de Nedson Micheleti (PT), da entidade para os próprios microempresários. Porém, enquanto há comerciantes que gostariam de uma redução nos valores, outros admitem que houve dois reajustes não praticados. Para estes, a negociação com o locador tem de ser box a box. (L.F. W.)