Em tempo de inflação alta e juros em elevação, o investidor deve procurar por fundos que protejam os recursos
Em tempo de inflação alta e juros em elevação, o investidor deve procurar por fundos que protejam os recursos | Foto: iStock

Investir dinheiro para realizar um sonho, para ter reservas em uma situação de emergência ou para uma vida mais tranquila no futuro. Seja qual for o objetivo, é preciso analisar todas as possibilidades de aplicação financeira que o mercado oferece, considerando o atual momento econômico do país. Em tempo de inflação alta e juros em elevação, o investidor deve procurar por fundos que protejam os recursos. Independente da escolha, vale a antiga recomendação dos especialistas, de nunca aplicar todas as economias em uma única modalidade, a fim de resguardar o capital de possíveis riscos, como queda repentina na taxa de rendimentos ou baixa no mercado acionário.

Economista e professor da Faculdade Pitágoras em Londrina, Elcio Cordeiro destaca a tendência de alta na taxa básica de juros, a Selic, que até o final do ano deve estar entre 6% e 6,5%, conforme já sinalizado pelo Copom (Comitê de Políticas Monetárias). Observada essa variável, o investidor deve optar pelo investimento de acordo com a liquidez desejada.

Muitos investidores, de olho na possibilidade de resgate em um curto prazo, acabam optando pela caderneta de poupança, a aplicação financeira mais popular entre os brasileiros, que permite retirada dos valores a qualquer tempo e não sofre as oscilações da renda variável. O economista alerta, porém, que com o rendimento de cerca de 70% da taxa Selic, essa modalidade não é a mais interessante nesse momento. “Apesar do aumento da Selic, a rentabilidade da poupança acaba não ganhando da inflação. A partir do momento em que a Selic for maior ou igual a 8,5% ao ano, a poupança começa a pagar o investimento original. Neste momento, ainda não é atrativa”, disse Cordeiro.

Como alternativa à poupança, investidores com perfil mais conservador podem optar pelo Tesouro Selic, indicado para investimentos de curto prazo quando o objetivo é fazer uma reserva de emergência. “O Tesouro Selic não tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, mas tem a garantia do Estado. O risco existe, mas é pequeno”, destacou o economista.

Quando há possibilidade de deixar o dinheiro aplicado por um período um pouco mais longo, a dica aos investidores é pesquisar sobre o Tesouro IPCA, com taxa de juros maior e proteção contra a inflação, ou CDB atrelado à inflação, que tem um prazo de aplicação um pouco mais curto, o que é positivo dada a volatilidade do cenário econômico. “Ano que vem tem um contexto muito importante que são as eleições e vão impactar a economia. Aplicações com prazos menores, de menos de dois anos, são mais interessantes para que o investidor possa avaliar se mantém o investimento ou muda.”

Por fim, os investidores que não têm medo de arriscar e podem deixar o dinheiro aplicado por longos períodos, sem necessidade de resgate a curto prazo, Cordeiro indica a bolsa de valores, com boa rentabilidade. Além desses dois fatores, o economista recomenda essa modalidade de aplicação financeira para quem já tem mais familiaridade com o mercado financeiro, adquirida em experiências com outros fundos de investimento. Para quem está começando, esse tipo de investimento não é o mais recomendado, assim como para aqueles que querem somar dividendos em pouco tempo.

“Quando a gente compra uma ação, a gente se torna sócio da empresa e quando adquire a ação, precisa ter comportamento de sócio”, ressaltou o economista. O foco principal não deve ser o quanto o investimento trará de retorno financeiro, mas sim observar se a empresa tem bons projetos, que gerem bons retornos e que permitam atravessar momentos de crise sem perder a solidez.

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