Multibrás cede à pressão paulista e revê fechamento
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sábado, 10 de fevereiro de 2001
Agência Estado De São Paulo
A Multibrás, que detém as marcas Brastemp e Consul de eletrodomésticos, aceitou ontem estudar a possibilidade de alongar o prazo de desativação de sua unidade de São Bernardo do Campo, anunciada na semana passada. O diretor industrial da empresa, Gilberto Teixeira, e o consultor de RH que acompanha as negociações, Diogo Clemente, reuniram-se ontem com o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, José Aníbal, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, para negociar as condições de desligamento dos 1.050 empregados.
O sindicato marcou uma assembléia para ontem, na porta da fábrica no ABC, para comunicar o resultado da reunião aos empregados. A produção na Multibrás está em ritmo reduzido desde o retorno dos funcionários ao trabalho, na última segunda-feira. Luiz Marinho defende o alongamento do prazo para o fechamento da fábrica para pelo menos dois anos, tempo que seria suficiente, segundo ele, para recolocar os funcionários.
Aníbal disse que o governo vai acompanhar de perto todo o processo e combater duramente a guerra fiscal, caso fique comprovado que Santa Catarina tenha oferecido vantagens para atrair a Multibrás. O mesmo vale para a Lacta, que está fechando a fábrica de Pinheiros, na capital paulista, e indo para Curitiba (SP). O governo ficará atento também, ressaltou ele, porque há informações de que empresas fornecedoras da multinacional teriam recebido propostas para se instalar em Santa Catarina, embora isto não tenha sido confirmado.