A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (16) a redução das taxas de juros do crédito imobiliário e o aumento do percentual do valor do imóvel usado financiado. A medida foi considerada positiva pelo setor imobiliário. As taxas mínimas passaram de 10,25% ao ano para 9%, no caso de imóveis do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), e de 11,25% ao ano para 10% ao ano para imóveis enquadrados no SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário).
Para o presidente do Sincil (Sindicato dos Corretores de Imóveis de Londrina e Região), Marco Antonio Bacarin, a redução é significativa e representa uma oportunidade de melhora de mercado. "Em um primeiro momento pode parecer percentuais pequenos, mas é um percentual anual, e em um financiamento de 30 anos traz benefícios no longo prazo", disse.
Com a decisão, a Caixa equaliza as taxas ao mercado. Os bancos privados já haviam baixado os juros. "A entrada de bancos privados no mercado abriu o leque para o consumidor. Eles já tinham baixado as taxas e a Caixa, agora, equaliza com os outros bancos. É uma concorrência positiva", afirmou Rodrigo Zacaria, presidente do Sinduscon Norte(Sindicado da Indústria da Construção Civil).
Em nota, o presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, disse que "o objetivo da redução é oferecer melhores condições para os nossos clientes, além de contribuir para o aquecimento do mercado imobiliário e suas cadeias produtivas".
A última redução de juros feita pela Caixa ocorreu em novembro de 2016, quando as taxas mínimas passaram de 11,22% para 9,75% ao ano para imóveis financiados pelo SFH, e de 12,5% para 10,75% ao ano para imóveis do SFI.

Imagem ilustrativa da imagem Mudanças no crédito imobiliário devem aquecer o mercado



IMÓVEIS USADOS
O banco também anunciou o aumento do limite de cota de financiamento do imóvel usado, de 50% para 70%. Em setembro do ano passado, a Caixa tinha reduzido para 50% do valor do imóvel o limite máximo de financiamento. A instituição retomou, ainda, o financiamento de operações de interveniente quitante (imóveis com produção financiada por outros bancos) com cota de até 70%.
Bacarin considera o aumento do limite mais significativo do que a redução das taxas de juros. Segundo ele, o financiamento de até 50% do valor restringia o acesso do consumidor ao crédito. "Com 70%, você reduz a parte que se tem que ter de poupança e alcança um número maior de consumidores", afirmou.
O vice-presidente do Secovi Regional Norte (Sindicato da Habitação e Condomínios), Marcos Moura, defende que o percentual financiado deve retornar aos patamares de anos atrás, quando se chegava até 100% do valor do imóvel. "O normal era 80%, 90%, se chegou até 100%, mas depois caiu, gradativamente, até 50%. Com o aperto no crédito e essa redução, se perdeu muitas vendas. As pessoas não estavam preparadas para arcar com 50% do valor", disse Moura.
O aumento da porcentagem do imóvel usado deve movimentar o mercado de maneira geral, acredita o presidente do Sinduscon. "Assim, consegue-se vender o usado com mais facilidade. E quem vende um imóvel usado tem dinheiro na mão para comprar um novo. E todo o mercado agradece", afirmou Zacaria. As mudanças estão valendo a partir desta segunda-feira (16).