Um dos líderes do Movimento Sem-Terra (MST) em Ponta Grossa, Célio Rodrigues, disse ontem que desconhecia a existência de lavouras de soja transgênica na cidade. A Monsanto, empresa multinacional do setor de sementes, mantém três lavouras com o produto em Ponta Grossa. Ela pediu, e conseguiu na última sexta-feira, proteção judicial para as áreas através de um interdito proibitório, contra o MST.
O medo da Monsanto era de que integrantes do movimento invadissem as áreas e destruíssem as plantações, feitas em campos experimentais, para as quais tem autorização judicial. No seu pedido encaminhado à Justiça, a empresa alega inclusive que vinha sofrendo ameaças.
Rodrigues, no entanto, disse que não sabe onde ficam as áreas da Monsanto no município. ‘‘Nossa postura quanto aos transgênicos é muito clara. Somos contra porque eles vão acabar com a agricultura familiar’’, alega. O fato de serem apenas lavouras em campos experimentais não diminui a gravidade do caso para o MST, que considera que essas lavouras acabam contaminando as áreas vizinhas.
Outro argumento do movimento contra os produtos geneticamente modificados é a falta de pesquisa sobre o impacto desses alimentos no organismo humano. ‘‘Acho que o juiz que concedeu essa liminar não tem responsabilidade’’, disparou o líder. Ele afirma que o movimento não planeja nenhuma ação contra as áreas da Monsanto no município.