Motoristas endossam movimento contra fechamento do comércio

Embora não estejam legalmente impedidos de trabalhar ao longo dos próximos dias, motoristas contratados através de aplicativos decidiram "engrossar" o movimento contrário à suspensão das atividades do comércio e demais setores considerados não essenciais. O entendimento de um grupo formado por quase 150 motoristas de Londrina, organizados em uma carreata nesta segunda-feira (6), é de que o fechamento do comércio levará à falência a ampla maioria dos pequenos comerciantes e deverá provocar forte queda no movimento das corridas. Afetados indiretamente, novas manifestações já estão sendo marcadas na cidade.

Enquanto muitos comerciantes decidiram não fechar as portas já nesta segunda-feira, cerca de 150 motoristas "buzinaram" contra a medida anunciada pelo governador Ratinho Júnior (PSD) na semana passada. Uma carreata teve início no Autódromo Internacional Ayrton Senna e passou pela rua Sergipe e avenidas Higienópolis e Duque de Caxias. Já na Prefeitura de Londrina, o objetivo era pressionar ainda mais o prefeito Marcelo Belinati (PP).

Para Ederson Guimarães Souza, 35, um dos organizadores do grupo, a atual determinação do Governo do Paraná privilegia os "grandes empresários" e não "faz sentido", avaliou. "Sou totalmente contra o fechamento nestes parâmetros, onde os pequenos estão fechados e os grandes estão abertos podendo vender as mesmas coisas", definiu.

Veja o vídeo da manifestação:

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#MANIFESTAÇÃO| Motoristas endossam movimento contra fechamento do comércio⠀ .⠀ .⠀ .⠀ Embora não estejam legalmente impedidos de trabalhar ao longo dos próximos dias, motoristas contratados através de aplicativos decidiram "engrossar" o movimento contrário à suspensão das atividades do comércio e demais setores considerados não essenciais. O entendimento de um grupo formado por quase 150 motoristas de Londrina, organizados em uma carreata nesta segunda-feira (6), é de que o fechamento do comércio levará à falência a ampla maioria dos pequenos comerciantes e deverá provocar forte queda no movimento das corridas. Afetados indiretamente, novas manifestações já estão sendo marcadas na cidade.⠀ ⠀ Leia mais na matéria de @vitor.struck no link da bio ou nos nossos stories. ⠀ 📷@guimarconi1⠀ ⠀ ⠀ 🗞📲Aproveite para assinar a Folha de Londrina por apenas R$1,99 no primeiro mês e receber conteúdos digitais exclusivos.

Uma publicação compartilhada por Folha de Londrina (@folhadelondrina) em 6 de Jul, 2020 às 3:34 PDT

Na opinião do motorista, que há mais de cinco anos adotou o serviço via aplicativos como profissão e vem registrando queda de rendimento superior a 50%, há uma grande "contradição" no discurso de quem defende a suspensão destas atividades uma vez que "são as mesmas pessoas que querem receber alimentos e produtos em casa e dependem de uma cadeia muito grande de outros profissionais que não podem parar", definiu. Para ele, se o comércio permanecer fechado por mais dez dias, "muita gente vai passar a pedir dinheiro na rua e passar fome", lamentou.

Outro ponto criticado pelo motorista foi a redução do horário de funcionamento colocado em prática anteriormente. "Estimulou aglomerações porque o pessoal tem menos tempo para fazer os mesmos tipos de serviços enquanto os mercados ficam abertos 24 horas se quiserem, são vários questionamentos que ficam no ar", afirmou.

Questionado se lutar pela manutenção das atividades do comércio e demais setores neste momento não representaria perpetuar a pandemia em Londrina por ainda mais tempo do que preveem as autoridades da saúde, o profissional ponderou que se algo mais "enérgico" tivesse sido feito no início, como um "rodízio" nos supermercados, o novo fechamento seria desnecessário.

Segundo o motorista, uma carreata ainda maior e que contará com a presença de lojistas, funcionários de empresas e entregadores via aplicativos está sendo organizada para esta sexta-feira em Londrina.