Motoristas da TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) rejeitaram nesta quinta-feira (10), por 176 votos contrários e 79 favoráveis, proposta de plano de demissão voluntária feita pela empresa, para reduzir o número de funcionários diante da pandemia do novo coronavírus.

Imagem ilustrativa da imagem Motoristas de ônibus rejeitam plano de demissão da TCGL



O PDV proposto pela empresa promete o pagamento de um salário base a mais para quem aceitar se demitir, mas também prevê que nenhum débito trabalhista poderia ser cobrado, afirma o presidente do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina), João Batista da Silva.

A reportagem tentou confirmar os termos do acordo com a empresa, mas ela não quis se manifestar sobre os termos do acordo.


De acordo com Silva, do modo como foi redigido, o PDV isenta a empresa de pagar os valores relativos ao PPR (Plano de Participação nos Resultados), que deveria ter sido pago em junho. Os valores não foram creditados, ainda de acordo com Silva, porque a empresa teria alegado problemas financeiros em decorrência da queda de receita provocada pela redução da demanda por transporte durante a pandemia do novo coronavírus.

“A empresa já demitiu cerca de 400 cobradores com a nova concessão e outros funcionários porque diminuiu sua área de concessão. E, agora, quer mandar mais um contingente embora”, reclama Silva.

A adoção do PDV ocorre porque a TCGL firmou contratos de redução de jornada e suspensão de contrato de trabalho com seus funcionários, conforme a lei de preservação de empregos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Entretanto, a lei também determina que o funcionário terá estabilidade pelo mesmo tempo em que houve a redução de jornada ou suspensão do contrato de trabalho, o que impede demissões por iniciativa patronal. Além disso, para Silva, a empresa que adota a redução acaba ganhando, indiretamente, benefícios do governo, uma vez que a diferença da redução salarial é compensada pela Previdência Social no chamado BEm (Benefício Emergencial).

Por meio de nota, a TCGL informou que “o PDV proposto aos colaboradores da Grande Londrina se faz necessário diante da atual situação econômica pela qual passam as empresas de ônibus do Brasil, que foram impactadas pela pandemia do Covid-19".