''Não só a Monsanto, como outras empresas de biotecnologia, vão pedir às autoridades brasileiras o registro de variedades de algodão geneticamente modificadas'', disse ontem Odnei Fernandes, gerente de Biotecnologia da Monsanto do Brasil, presente no 3º Congresso Brasileiro de Algodão em Campo Grande.

A Monsanto mantém experimentos no Brasil com o algodão Bt, cujo nome comercial é Bollgard. O algodão Bt recebeu um gene oriundo de uma bactéria que lhe permite sintetizar uma proteína que mata insetos. Nos Estados Unidos, o Bollgard permitiu a economia de 1 milhão de litros de inseticida na safra 1997.

Segundo a Monsanto, os produtores americanos já reduziram em 12% o uso de inseticidas desde o início do cultivo de variedades transgênicas de algodão. Com o menor ataque de pragas, o Bollgard, nos EUA, proporciona aumento de produtividade entre 7% e 20%.

De acordo com números da Monsanto, desde 1987 foram autorizados mais de 25 mil testes de campo com transgênicos no mundo, metade deles nos EUA , Canadá e Europa. Na América Latina, Argentina e México lideram na quantidade de testes, seguidos pelo Brasil. Hoje, cerca de 20 países adotam o cultivo comercial de transgênicos nos cinco continentes.

Mais da metade da área cultivada com plantas geneticamente alteradas no mundo é de soja, e a Monsanto estima que mais de 2,5 bilhões de pessoas consomem soja transgênica diretamente ou em produtos industrializados. É um avanço veloz, tendo em vista que o primeiro plantio comercial de soja transgênica do mundo foi feito nos EUA em 1996. A Monsanto afirma que todos os produtos transgênicos aprovados para consumo até o momento são substancialmente equivalentes a seus pares convencionais.