Os metalúrgicos que trabalham nas três montadoras de veículos instaladas no Paraná podem entrar em greve a partir da próxima segunda-feira. Amanhã, os metalúrgicos fazem uma paralisação de alerta por duas horas. Se não forem atendidos nas reivindicações apresentadas na data-base, em setembro, farão greve. A medida abrange os metalúrgicos que trabalham na Volvo, Renault e Volkswagem/Audi.
O anúncio da possibilidade de greve foi feito ontem pelo diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Clementino Tomaz Vieira, quando apresentou o balanço de produção e emprego nas montadoras no período de janeiro a agosto. Segundo Vieira, a greve é a estratégia da categoria para que as montadoras atendam as reivindicações do metalúrgicos, que é repasse para os salários de parte do aumento de produção constatado no primeiro semestre do ano. Na semana passada, os metalúrgicos da grande São Paulo também fizerm paralisações para pressionar as montadoras a concederem reajustes de salários.
Os metalúrgicos estão reivindicando uma reposição de 10% nos salários mais um abono de R$ 1 mil por trabalhador. As três montadoras apresentaram contra-propostas em separado, que não foram aceitas. A Volvo ofereceu a reposição do INPC (inflação) de 7,31%, mais um abono de R$ 600 para os salários até R$ 2,8 mil. Acima desse salário, seria concedido a título de reajuste um valor fixo de R$ 204,68 mais o abono.
A Volks/Audi ofereceu um reajuste de 6,5% mais um abono de R$ 650. E a Renault ofereceu um abono mensal de 12% sobre o salário, que seria concedido em forma de vale-mercado. A proposta também não foi aceita, porque o abono não é incorporado aos salários e incorre em perdas salariais no próximo reajuste, justificou Vieira.
O sindicalista reconhece que o momento é de queda nas vendas de veículos, mas argumentou que no período janeiro a agosto de 2001, houve um crescimento na venda de veículos e parte destes ganhos deve ser repassada ao trabalhador.
Vieira disse que não acredita mais em demissões no setor automotivo, porque as montadoras enxugaram o que podiam e estão trabalhando com limite mínimo de funcionários. Este ano, no período janeiro a agosto foram desligados um total de 583 metalúrgicos.