Carteiro paralisado no Rio de Janeiro: greve chega a 24 Estados brasileiros
Carteiro paralisado no Rio de Janeiro: greve chega a 24 Estados brasileiros | Foto: Photo Press/Folhapress

Aproximadamente a metade dos funcionários de carreira dos Correios em Londrina aderiram nesta terça-feira (18) à greve da categoria deflagrada em 24 Estados brasileiros, segundo a federação da categoria, na noite de segunda (27). Os funcionários pedem o cumprimento das cláusulas do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), homologado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) e suspenso liminarmente pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O diretor do Sintcom (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares do Paraná) em Londrina, Cristian Pires, diz que a adesão varia nas regionais dos Correios do Paraná e chega a 90% de paralisação em algumas delas, como em Curitiba.

Os funcionários da estatal entraram em greve na noite desta segunda como forma de pressionar o STF a manter a validade do ACT firmado em agosto de 2019, com validade de dois anos.

Entretanto, nos primeiros meses de 2020, a empresa recorreu ao STF pedindo a suspensão da validade por dois anos. O pedido foi atendido sem ouvir a outra parte e o julgamento do mérito, por meio virtual, começou na sexta-feira (14). "Nós vamos ficar parados até a sexta (18), quando todos os ministros devem ter emitido seus votos", afirma Pires.

A expectativa da categoria é que a liminar seja derrubada. "A decisão favorável (aos Correios) suspende s hegemonia do TST. Seria como homologar uma quarta instância, aos quais os outros tribunais superiores estariam sujeitos", diz o líder sindical.

Os trabalhadores também são contra a proposta dos Correios de derrubar 70 das 79 cláusulas da ACT. De acordo com Pires, a suspensão do acordo coletivo já provocou redução nos vencimentos pagos no mês de agosto.

OUTRO LADO


Por meio de nota à imprensa, a empresa estatal negou que pretenda suprimir direitos dos empregados, mas que propõe ajuste dos benefícios concedidos "ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações".

A empresa também afirma que possui um "Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa", e que a redução das despesas previstas com as "medidas de contenção em pauta" chegaria a R$ 600 milhões anuais.

Por outro lado, as reivindicações trabalhistas custariam aos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período, o que seria, ainda de acordo com a nota, dez vezes o lucro obtido em 2019.