Mercado bancário no Brasil ainda é muito concentrado, diz presidente do BC
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quarta-feira, 06 de novembro de 2019
Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu nesta quarta-feira, 6, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o mercado bancário no Brasil "ainda é muito concentrado". Segundo ele, este ambiente é consequência de um movimento iniciado na crise global de 2008, quando os países passaram a privilegiar concentração bancária em detrimento da competição.
Questionado por parlamentares sobre a saída do varejo brasileiro de instituições como o Banco de Boston e o Citibank, Campos Neto pontuou que muitos bancos de grande porte de fato deixaram o País nos últimos anos. No entanto, segundo ele, "os bancos grandes saíram do Brasil, mas as plataformas estão entrando".
Para fomentar a concorrência, de acordo com o presidente do BC, é importante mostrar que o País trata o capital estrangeiro da mesma forma que o capital local. "Hoje o processo de aprovação do banco estrangeiro é igual ao local", pontuou. "Queremos fazer um sistema bancário competitivo", acrescentou.
Campos Neto também afirmou que o custo trabalhista no Brasil é elevado, o que onera os bancos e os próprios empregados das instituições financeiras.
Por outro lado, ele lembrou que bancos locais e estrangeiros enfrentam o mesmo custo trabalhista. Na prática, isso não seria motivo para instituições não atuarem no Brasil. "Se os (bancos) locais conseguem sobreviver... Todos têm a mesma condição para competir", disse.