Maratona de inovação busca soluções criativas para setor químico
Ideathon Integratech reuniu, no último final de semana, estudantes e profissionais para tentar superar desafios à expansão
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terça-feira, 18 de junho de 2024
Ideathon Integratech reuniu, no último final de semana, estudantes e profissionais para tentar superar desafios à expansão
Simoni Saris - Grupo Folha
Pouco se fala nas indústrias químicas em Londrina e da sua importância para o desenvolvimento local, mas este é um setor extremamente relevante para a economia do município. São quase 300 empresas ligadas diretamente ao setor químico e cujo valor fiscal ultrapassa os R$ 1 bilhão.
Apesar de atuarem em diferentes segmentos, essas centenas de empresas enfrentam desafios comuns entre elas e que, muitas vezes, geram entraves à expansão. Dificuldades relacionadas à parte operacional, geração de resíduos, otimização dos processos e redução de custos são exemplos de gargalos que afetam tanto uma indústria de tintas quanto uma fábrica de produtos farmacêuticos.
Na busca por iniciativas que ajudem as empresas a superarem esses obstáculos, aconteceu em Londrina, no último final de semana, a primeira maratona de ideias e inovação do setor químico e de materiais. O Ideathon Integratech reuniu 14 equipes de profissionais recém-formados e estudantes do ensino médio e superior que foram desafiados a encontrarem soluções criativas para os problemas apresentados. As três melhores propostas serão conhecidas no final da tarde desta terça-feira (18), durante a quinta edição do IntegraQM, que será realizada durante todo o dia, no auditório do Aurora Shopping.
As equipes foram formadas por estudantes da UEL (Universidade Estadual de Londrina), UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Unifil e CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional Maria Lydia Cescato Bomtempo), de Assaí (Região Metropolitana de Londrina) e contaram com a orientação de cerca de 25 mentores voluntários.
A maratona foi promovida pelo Sebrae/PR, Sinquifar-NP (Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Norte do Paraná) e pela governança IntegraQM, uma das 11 que compõem a Estação 43. O presidente da governança do setor químico e de materiais, Admilson Lopes Vieira, destacou a relevância do evento. “Tivemos boas ideias que, provavelmente, vão impactar essas empresas. Achamos muito relevantes para o setor, principalmente na parte de análise de custos, novos produtos e novos processos”, avaliou.
Vieira ressaltou ainda que os estudantes demonstraram estar alinhados às exigências do mercado atual ao apresentarem suas propostas baseadas nos três pilares da ESG, sigla em inglês utilizada para definir as práticas empresariais voltadas ao meio ambiente, à governança e à sociedade. “É um perfil dessa nova geração. Ela tem a preocupação de ter a produção em escala, mas a preocupação maior é que o aumento da produção não prejudique o meio ambiente e as pessoas.”
Quando o ecossistema de Londrina levantou os cinco setores prioritários de Londrina, considerando o potencial econômico, científico e tecnológico, o químico e de materiais foi incluído na listagem. O consultor do Sebrae/PR, Heverson Feliciano, ressaltou a transversalidade desse setor. “Além de agregar muito valor, influencia outros setores. Se a construção civil quer inovar, passa pelo setor de química e materiais, alimentos também, assim como o agronegócio, a indústria de plástico. É muito abrangente e tem um impacto impressionante na sociedade, na geração de valor e de postos de trabalho. Impacta também os demais setores da economia”, destacou.
Sobre a maratona de inovação, Feliciano disse ter ficado surpreso com o interesse despertado já na primeira edição. “Em dez dias, as vagas estavam encerradas. Se tivéssemos mais espaço, teríamos mais equipes. Também tivemos 25 mentores, o que mostra que existe uma vontade. Participaram empresários, diretores de empresas, doutores, consultores. As ideias surgiram, a gente vai avaliar se pode avançar para a pesquisa e os novos negócios.”
As três melhores ideias receberão prêmios em dinheiro. Serão R$ 3 mil entregues ao primeiro colocado, R$ 2 mil ao segundo e R$ 1 mil ao terceiro.
Fábrica de Rolândia investe R$ 25 milhões em expansão
Uma fábrica de fraldas instalada em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), posicionada entre as três maiores do segmento no ranking nacional, investiu R$ 25 milhões na preparação de duas novas linhas de produção para aumentar a sua participação no mercado de produtos infantis. Com a expansão, a Eurofral deverá competir com multinacionais no segmento de fralda de orelha elástica, que será lançada neste mês.
A fábrica também lança a fralda shortinho, mais consumida entre o público da Região Nordeste do país e que receberá investimentos para tentar abrir novos mercados nas regiões Sul e Sudeste. “Vamos precisar desbravar uma questão cultural do consumidor para mostrar a facilidade do uso do produto. Estamos confiantes de que vamos conseguir impulsionar o interesse do consumidor em experimentar o produto”, disse o diretor industrial da Eurofral, Paulo Junqueira.
A empresa vem ampliando sua participação no segmento com marcas próprias e com atuação no private label, fatia de negócio que já domina 25% da produção da indústria e deverá alcançar 30% em 2024.
Paralelamente à produção de fraldas infantis, a empresa percebe um aumento da demanda por fraldas para adultos, que vêm impulsionando o crescimento da indústria e foi responsável por um incremento de 8% no faturamento da Eurofral em 2023,embora seu custo de produção seja três vezes maior que a fralda infantil.(Reportagem Local)