Mesmo distante de praias ou montanhas, Londrina conseguiu alavancar o turismo no município, especialmente por seu destaque no turismo de negócios e eventos. A proximidade com indústrias e empresas de grande e médio porte, a presença de instituições de ensino superior, a excelência em serviços de saúde, a economia baseada no agronegócio e a realização de eventos culturais de relevância nacional são algumas das características que contribuem para que a cidade receba visitantes ao longo de todo o ano.

Ciente de que fortalecer o turismo de uma cidade ou região é fortalecer também diversos setores da economia, a Governança de Turismo de Londrina elaborou um mapa estratégico do turismo. O documento ajuda profissionais ligados ao setor a compreenderem o nível de maturidade em que se encontra o turismo local em termos de inovação, acessibilidade e pontos turísticos ao mesmo tempo em que traça um plano de ação para transformar Londrina um DTI (Destino Turístico Inteligente). A estratégia, desenvolvida na Espanha, consiste em dar maior visibilidade aos atrativos turísticos por meio de tecnologias que aumentem a acessibilidade e garantam a sustentabilidade.

O mapa estratégico foi apresentado nesta quarta-feira (29) a representantes de entidades parceiras da Governança de Turismo e à sociedade. “O mapa traz tudo o que envolve o setor para que a gente consiga traçar nosso plano estratégico para tornar Londrina um DTI, onde o turista é impactado antes, durante e após chegar, com estratégias de inovação, estratégias pensando na sustentabilidade do setor e movimentando toda a economia de todas as empresas envolvidas no setor turístico”, explicou a coordenadora da Governança de Turismo de Londrina, Maria Angela Rocha Ferraz.

Embora o turismo de negócios e eventos seja o que mais atrai visitantes para Londrina e região, há todo um planejamento que vem sendo feito no sentido de estimular todos os segmentos da cadeia, com o mapeamento de rotas religiosas, gastronômicas e rurais, por exemplo. “Todo esse setor tem se movimentado para atrair turistas fora do turismo de negócios, para atrair outros visitantes que consigam perceber as belezas e o potencial da região”, disse a coordenadora. “Esse é um dos papeis do Hub de Turismo, que é atrair todas as instituições, empresas privadas e entidades públicas para que conversem e consigam extrair o máximo o potencial do turismo.”

Dentro do ambiente do ecossistema de inovação, o hub também abraça startups e promove o hackatur, o hackathon do turismo, que visa a levantar e sanar as dores do setor. “Fazemos isso Junto com as universidades e o sistema de ensino. São cabeças pensantes que podem trazer ideias novas e projetos que se insiram nesse momento”, destacou Ferraz. “Londrina tem o DNA pulsante na inovação. A gente está à frente em muitas coisas. Londrina é uma cidade nova, mas de vanguarda em muitos setores e o turismo não poderia ficar de fora porque é transversal, consegue atender as outras vertentes da economia.”

“(O mapa estratégico do turismo) é um marco para a cidade. É a primeira vez que se monta um caminho para tornar Londrina um Destino Turístico Inteligente. É um plano estratégico com os caminhos que têm que ser executados para daqui a dois anos Londrina ser um DTI. É a direção que a gente escolheu para o setor de turismo de Londrina”, definiu a consultora do Sebrae, Leda Terabe.

O Sebrae compõe a Governança de Turismo de Londrina juntamente com outras entidades e instituições de ensino, entre elas, o Londrina Convention & Visitors Bureau, Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Comtur (Conselho Municipal de Turismo de Londrina), Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), UEL (Universidade Estadual de Londrina) e Unifil, além de empresários do setor.

A Governança de Turismo de Londrina foi criada em dezembro de 2019 em um processo de transição a partir do Núcleo de Turismo. Segundo Ferraz, foi o primeiro hub de inovação do turismo do Brasil. “Pesquisando outras cidades, como estavam avançando na parte de inovação e tecnologia, a gente viu que algumas cidades fora já tinham esse hub. Então, conversando internamente com alguns órgãos e entidades, surgiu a ideia de ter esse hub, ser mais abrangente e estar mais voltado à inovação.”