Representantes do setor de bares e restaurantes criticaram o fechamento dos estabelecimentos durante o Carnaval determinado pela Prefeitura de Londrina. O decreto municipal, que passa a valer à zero hora desta sexta-feira (12), institui uma “lei seca” em todos os locais públicos e privados com livre circulação e limitou em dez pessoas a capacidade máxima para confraternizações familiares. Com o objetivo de suspender os efeitos da medida, considerada “radical”, a Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) ingressou com um mandado de segurança no juízo de Londrina na noite desta quarta-feira (10)a ser distribuído no Poder Judiciário ao longo desta quinta.

Imagem ilustrativa da imagem Mandado de Segurança tentará anular fechamentos dos bares durante o Carnaval
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Medidas semelhantes foram tomadas em Cambé, Ibiporã e Rolândia. O objetivo é limitar a circulação de pessoas durante o Carnaval para colaborar com a queda nos índices de acidentes de trânsito, tentativas de homicídio, assaltos, entre outros incidentes que podem exigir internações hospitalares.

Segundo o presidente da entidade em Londrina, Leonardo Leão, o mandado de segurança irá solicitar que os estabelecimentos possam atuar sob a vigência do decreto que determina o fechamento às 23 horas, com vendas também pelos sistemas delivery e take away.

O diretor-executivo da Abrasel no Paraná, Luciano Bartolomeu, disse que esta decisão foi tomada “sem embasamento científico”, o que faz o setor ser “novamente penalizado”. Para ele a “culpa” de se chegar neste ponto é da “falta de capacidade do próprio Poder Público em fiscalizar” as medidas de contenção ao vírus Sars-CoV-2, avaliou.

Em entrevista à FOLHA, Bartolomeu avaliou que 40% dos bares, 30% dos restaurantes, 75% das casas noturnas e 80% das empresas de eventos do estado já foram à falência devido à pandemia. Por conta disso, os que resistiram até o momento “têm grande interesse em ser parceiros do município no sentido de colaborar com as medidas de segurança”. No entanto, também buscarão na Justiça medidas de reparação para quitarem suas dívidas.

Fábio Aguayo, presidente da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas), lembrou que houve uma parcela de empresários do setor que chegou a obter na Justiça a autorização para atuar em suas atividades secundárias, como restaurantes ou lanchonetes.

“A questão é de sobrevivência porque muitos destes empresários se endividaram e nunca vão conseguir sair dessa bola de neve. Pode demorar o tempo que for, mas acionarão a Justiça porque quando eles (Poder Público) executarem a gente, colocarem em dívida ativa, eles não vão perdoar. Vão deixar a gente em maus lençóis”, lamentou

Diversas entidades do setor, que juntas somariam 90 mil trabalhadores no Paraná, farão um protesto no dia 23 de fevereiro exigindo reparações.