O governo federal aprovou o Plano Nacional de Turismo do País, com metas até 2022 e que será executado em regime de cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e municípios. O decreto que aprova o planejamento está publicado no Diário Oficial da União (DOU).

As metas globais do plano para o período de 2018-2022 são: aumentar a entrada anual de visitantes internacionais no País, de 6,5 milhões de pessoas para 12 milhões de pessoas; aumentar a receita gerada pelos visitantes internacionais no País, de US$ 6,5 bilhões para US$ 19 bilhões; aumentar o número de viagens de turistas brasileiros pelo País, de 60 milhões de pessoas para 100 milhões de pessoas; e aumentar o número de vagas para empregos no setor de turismo, de 7 milhões para 9 milhões.

O diretor de Desenvolvimento da Abrasel Nacional (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Lucas Pêgo Oliveira Pereira, afirmou que as metas globais são desafiadoras e vão depender muito da articulação dos governos federal, estaduais e municipais com a iniciativa privada.

A entidade acredita que o trabalho intermitente – previsto pela nova CLT - poderá ser um impulsionador da geração de emprego. “As empresas ainda entendem pouco dessa modalidade de trabalho. Na nossa opinião, cabe aos municípios e Estados difundir essa modalidade tão aderente ao turismo”, disse Pereira.

O Plano também foi bem recebido pela hotelaria. O presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira), Manoel Linhares, avaliou como positivas as metas do plano e a abertura do governo ao diálogo com as entidades do setor.

Uma das linhas de atuação previstas no documento é a formalização e qualificação do turismo. De acordo com o plano, o Ministério do Turismo pretende fomentar a oferta de cursos de qualificação. Segundo estudos da pasta, mais de 80% dos brasileiros indicam que o País tem potencial para explorar o turismo como uma alavanca para a economia. Porém, 60% avaliam que se aproveita pouco esse patrimônio.

“Capacitar, qualificar e formar, não só para atender, mas para encantar os turistas, são alguns dos desafios propostos”, aponta o Plano Nacional.

No setor de alimentação fora do lar, segundo Pereira, há uma carência de profissionais com treinamento e nível de escolaridade melhores. “O setor sempre foi uma porta de entrada para pessoas com pouca ou sem qualificação ou primeiro emprego do jovem. Absorvemos mão de obra não especializada”, afirmou o diretor da Abrasel. A alimentação fora do lar, segundo a entidade, é responsável metade dos trabalhadores da indústria do turismo.

Segundo o presidente da ABIH, a hotelaria ainda tem certa dificuldade de encontrar mão de obra qualificada. “Quando o colaborador vem de outros empreendimentos ele vem qualificado. Senão os hotéis estão investindo na qualificação desde o início”, disse Linhares. Ele afirmou que o Sistema S (Sesc e Senac) é um grande parceiro da indústria do turismo em termos de educação profissional. (Agência Estado)