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APÓS PANDEMIA 5m de leitura

Mais da metade dos empresários pretende ampliar os negócios no Paraná

Conclusão é de pesquisa da Faciap e da Acil; antes da pandemia, 67,10% afirmou que tinha planos de investimento, mas somente 31,61% expandiu durante esse período

ATUALIZAÇÃO
01 de outubro de 2021

Mie Francine Chiba - Grupo Folha
AUTOR

Uma pesquisa realizada pela Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) e pela Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) mostra que 62% dos empresários entrevistados pretende ampliar os seus negócios no Paraná. Realizada entre 23 de agosto e 8 de setembro, o levantamento ouviu 386 comerciantes de todo o Estado. O objetivo foi entender e mensurar os principais impactos da pandemia, além de identificar o possível cenário para o pós-pandemia e as estratégias para a retomada.

 

O estudo revelou que, antes da pandemia, 67,10% dos pesquisados tinha planos de investimento, mas somente 31,61% expandiram durante esse período. Outros 42,49% responderam que descontinuaram os planos e ainda não os retomaram. Em Londrina, 73,33% tinham planos, 26,67% expandiram e 55,56% descontinuaram e não retomaram.

Para ampliar os seus negócios, 29% disseram que vão aumentar o estoque ou o leque de serviços; 22% pretendem reformar estruturas e abrir nova unidade e 11% pretendem ampliar o número de funcionários.

Mas para colocar as ações em prática, eles dizem que são necessárias medidas como linhas de crédito facilitadas (43%), reduções ou parcelamentos de impostos (37%) e revisão das regras de distanciamento social (36%).

FATURAMENTO

Devido ao lockdown decretado no Estado, 65,28% dos respondentes precisaram fechar seus negócios e não faturaram nesse período. Em Londrina, o percentual foi de 73,33%. 

A maior parte dos entrevistados teve queda no faturamento, e diz que este é menor que antes da pandemia (44,30%). Em Londrina, a maioria (42,22%) disse que teve queda, mas se recuperou e agora se encontra em situação estável. Outros 40% teve queda e mantém o faturamento abaixo do registrado antes da pandemia.

PREÇOS

A pesquisa também questionou os empresários a respeito da falta de produtos e dos preços. Durante a crise, 58,55% sofreram com falta de produtos que impactaram nas suas vendas. A maioria (87,82%) teve reajuste nos preços, sendo que 45,85% repassou parcialmente a alta e 32,9% repassou integralmente. Somente 9,07% não repassou o aumento.

DEMISSÕES E REDUÇÃO DE JORNADA

Dentre os empresários entrevistados, a maioria (70%) afirmou que não fez demissões. A empresa que mais demitiu teve 10 postos de trabalho extintos, diz a pesquisa. Por outro lado, 40,40% reduziram a jornada de seus funcionários. Em Londrina, o índice foi de 42,22%.

Até o final de 2021, a maioria dos empresários (58,03%) disse ainda que não pretendem ampliar o quadro de funcionários. Em Londrina, o percentual é ainda maior: 71,11%. Apenas 37,31% afirmaram que pretendem ampliar, e 4,66% que vão reduzir o quadro no Paraná.

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Para manter os negócios nesse período, os empresários se utilizaram de novas formas de se relacionar com os clientes, seja vendendo por meios tradicionais como o telefone (69,43%); pelo WhatsApp (69,17%) ou por e-mail (50%). Para divulgação, os comerciantes apostaram no WhatsApp (84,20%); no Facebook (77,46%) e no Instagram (70,98%).

“Todas as inovações implementadas nesses últimos meses permitiram que os comerciantes permanecessem ativos - mesmo que de forma limitada - e alguns até crescessem", comenta a presidente da Acil, Marcia Manfrin. "Agora que estamos já próximos de um cenário mais favorável para os negócios, graças ao avanço da vacinação e de medidas mais flexíveis de combate à pandemia, as ações incorporadas podem contribuir para uma retomada mais assertiva e acelerada.”  

NECESSIDADE DE CRÉDITO

Quanto à obtenção de crédito na pandemia, que foi uma grande demanda dos empresários paranaenses nesse período, a pesquisa diz que a maioria conseguiu em linhas do mercado (47,18%), em pacotes do governo (9,07%) ou com amigos e familiares (6,48%). Apenas 11,66% não teriam conseguido crédito. Além disso, um quarto não teria precisado - em Londrina, este índice foi de 13,56%.

No momento, a maioria (85%) disse que não está buscando empréstimos ou ampliação de crédito junto a instituições financeiras no Paraná. Em Londrina, o índice é de 82,22%.

A reserva financeira foi o que permitiu a manutenção das atividades da empresa para 23,58% dos entrevistados. Para 16,06% foi o ajuste de despesas, e para 14,77% o apoio dos governos.

A pesquisa foi realizada pela empresa Solucz - Soluções Inteligentes em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa e Francisco Beltrão. A margem de erro é de 5%, considerando grau de confiança de 95%.

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