Maia diz ser inviável governar os Estados sem reforma
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terça-feira, 19 de dezembro de 2017
Julia Lindner<br>Agência Estado
Brasília - Antes de reunião com governadores pra tratar do projeto da securitização, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou que vai pedir que eles defendam a aprovação da reforma da Previdência para o início do ano que vem. Segundo Maia, os governadores "precisam dizer em que momento vão ajudar a reduzir suas despesas", porque em breve "não terá mais de onde tirar receita nova". "Não adianta a gente ficar discutindo a cada seis meses como vai fechar o orçamento dos Estados, precisamos discutir decisões permanentes. Que se possa ajudar eles (governadores) com o projeto da securitização, mas que eles também possam ajudar as reformas", disse Maia.
Para o democrata, é "inviável" governar os Estados sem a aprovação da reforma previdenciária e outras reformas de redução de gastos públicos. "A securitização pode ser importante, mas não é estruturante, não resolve o problema do Brasil e está na hora de a gente começar a resolver o problema do Brasil."
Maia criticou a politização do debate sobre a reforma e disse que alguns governadores reconhecem, nos bastidores, a necessidade da matéria, mas se posicionam contra o texto em seus Estados para conseguir se reeleger. "Esse jogo do jeitinho brasileiro precisa acabar, precisamos discutir a reforma de forma transparente e fazer um diálogo amplo, porque acabamos adiando o problema da forma como viemos fazendo nos últimos anos."
Segundo Maia, este "não é um jogo de troca" com os governadores, e sim de "diálogo transparente" sobre medidas de redução de gastos. "Ano após ano a gente vai dando receita e a situação dos Estados vai piorando. Muitas vezes o governador põe dinheiro no caixa (através de projetos aprovados no Congresso) e esquece das reformas. Só que esse volume só entra uma vez. Não adianta a gente ajudar e depois o governador falar no Estado que é contra a reforma. A agenda das reformas vai ajudar os Estados", afirmou o presidente da Câmara. Ele considera que a Câmara terá votos suficientes para aprovar a matéria em fevereiro do ano que vem e destacou que o texto "não tira direitos, pelo contrário".