SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Magazine Luiza registrou prejuízo líquido de R$ 8 milhões no primeiro trimestre de 2020. No mesmo período de 2019, a companhia teve lucro líquido de R$ 125,6 milhões.

Considerando os resultados não recorrentes, como créditos tributários, provisão para riscos tributários e despesas pré-operacionais de lojas, o lucro da empresa foi de R$ 30,8 milhões nos primeiros três meses deste ano, 76,7% menor que no ano anterior.

Segundo a varejista, o resultado líquido negativo foi decorrente do fechamento temporário das lojas físicas devido à pandemia de coronavírus e do aumento das despesas, com a consolidação da Netshoes, investimentos para melhorar o serviço e aquisição de novos clientes.

A empresa estima que as lojas físicas deixaram de vender R$ 500 milhões enquanto permaneceram fechadas.

A pandemia, por outro lado, impulsionou o ecommerce, que cresceu 72,6% em relação ao primeiro trimestre de 2019, se tornando, pela primeira vez, a maior parte das vendas da varejista, com 53% do total. No último trimestre de 2019, essa fatia era de 48%.

O salto do comércio online levou as vendas totais no primeiro trimestre a crescerem 34% para R$ 7,7 bilhões.

A Magazine Luiza, porém, destaca que há um "significativo desafio de rentabilização deste modelo mais monocanal. Isso porque as lojas físicas, que costumam gerar elevada contribuição positiva, estão fechadas e boa parte das despesas fixas das mesmas continuam existindo".

A companhia renegociou contratos e reduziu custos, mas não conseguiu de compensar a queda de vendas nas unidades físicas.

O custo do ecommerce também aumentou, sem a opção do cliente retirar a mercadoria adquirida online na loja física, que representava 40% das vendas da Magalu.

Outro efeito das lojas fechadas foi o aumento no atraso do pagamento das faturas do Luizacred, linha de crédito em parceria com o Itaú Unibanco, que, segundo a Magalu devem ter impacto ainda maior no segundo trimestre.

Com a contração econômica em decorrência da pandemia, o Luizacred, assim como a maior parte dos bancos, aumentou a fatia de provisão para calotes em 29,7%, para R$ 274 milhões.