Imagem ilustrativa da imagem Londrina tem quarto dia de protesto contra a alta do combustível
| Foto: Micaela Orikasa -rupo Folha

O protesto de caminhoneiros autônomos e motoristas de aplicativos sobre a alta nos preços dos combustíveis segue nesta sexta-feira (5) de manhã, em Londrina. É o quarto dia de mobilização na cidade. Com faixas e cones montados no asfalto, os manifestantes estão, neste momento, bloqueando as saídas do Pool de Combustíveis, no Cilo 3, zona oeste.

O grupo está impedindo a passagem de caminhões de combustível e gás de cozinha, que seguem estacionados nas garagem das empresas. "O transporte de oxigênio está liberado, assim como os demais caminhões e veículos. Nossa intenção é segurar o combustível porque a informação que nós temos é que entre hoje e segunda-feira teremos um novo reajuste", disse um dos manifestantes, que pediu para não ser identificado.

O motorista de uma transportadora, que faz a transferência de matérias-primas das refinarias de outros estados para os pools de combustíveis no Norte do Paraná, comentou que só conseguiu entregar a carga em Londrina na quinta-feira (4) porque chegou às 20h30, momento em quem os manifestantes já haviam liberado o acesso.

"Hoje eu tenho um transporte agendado no interior de São Paulo, às 14h. Tenho que pegar 45 mil litros de álcool hidratado e não sei se vou conseguir ir. Está tudo parado novamente", disse, contabilizando que cerca de 23 caminhões com combustíveis estão parados no pátio da transportadora nesta manhã.

De acordo com o caminhoneiro Lourival Santos, o grupo de caminhoneiros e motoristas que trabalham por aplicativos está mobilizado desde às 3h, divididos em turnos. "Nosso objetivo é tentar fazer com que os responsáveis pela política de preços dos combustíveis entendam que a tarifa atual é impraticável. Nosso movimento é totalmente pacífico e sem liderança. Não tem outro jeito de ganharmos atenção", afirmou.

Motorista de aplicativo há 4 anos, Denilson Correia Machado resolveu aderir á paralisação porque acredita na força coletiva. "Se todos estivessem juntos, lutando, seria muito mais fácil. É só tendo atitudes assim que vamos conseguir alguma mudança. Antes, eu abastecia R$ 50 e tinha um ganho de até R$ 170. Hoje, não chega a R$ 100. É insustentável", desabafou.

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| Foto: Roberto Custódio/04-03-2021

A mobilização de caminhoneiros em Londrina teve início na última terça (2), na PR-445, na região de Cambé. No dia seguinte, os profissionais se concentraram em número bem menor do que no dia anterior. Na tarde de quinta (4), um grupo de 20 pessoas voltou a bloquear parcialmente o trecho da PR-445. O trânsito ficou lento e filas de veículos se formaram nos dois sentidos da pista. Também houve protesto nas saídas do Pool de Combustíveis, no Cilo 3. Caminhões carregados de combustível e gás de cozinha foram retidos por algumas horas.

Desde o início do ano, o preço dos combustíveis já passou por cinco reajustes. Na capital paulista, caminhoneiros também protestam, neste momento, na Marginal Tietê, no sentido da rodovia Ayrton Senna. (Colaborou Vitor Struck)

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