Londrina tem 14 empresas entre as 500 maiores do Sul
Belagrícola, Adama e Plaenge figuram no ranking divulgado nesta terça-feira, em Curitiba
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 08 de dezembro de 2020
Belagrícola, Adama e Plaenge figuram no ranking divulgado nesta terça-feira, em Curitiba
Simoni Saris - Grupo Folha
Londrina teve 14 empresas classificadas na trigésima edição do ranking 500 Maiores do Sul, divulgado nesta terça-feira (8) pelo Grupo Amanhã e PwC Brasil. O comércio de produtos agrícolas Belagrícola é a melhor posicionada entre as empresas locais, na 44ª colocação, quatro acima do levantamento anterior. O ranking refere-se aos resultados de 2019 e o critério de classificação utilizado é o VPG (Valor Ponderado de Grandeza), que avalia três grandes números: 50% do patrimônio líquido; 40% da receita líquida e 10% do lucro ou prejuízo das empresas. Por esse índice, a Belagrícola teve R$1.630,30 milhões.A cooperativa Integrada (53ª), a indústria de produtos químicos Adama (55ª) e o Grupo Plaenge (93ª) também aparecem em boas colocações, entre as cem maiores.
“A gente consegue ver a evolução do Estado, de uma região e de cada setor. Esses critérios são interessantes para mostrar a performance do grupo”, destacou o sócio da PwC Brasil, Rafael Biedermann. As fontes de coleta de dados são jornais, internet e o contato direto com as empresas, que enviam seus balanços espontaneamente. Cerca de dois mil balanços foram analisados para este levantamento.
As outras londrinenses classificadas entre as 500 maiores são a Agrototal Holdings S/A (111), construtora A.Yoshii (175), Sotran S/A (181), Unimed Londrina (182), Conasa - Companhia Nacional de Saneamento (272), Lopes Participações (317), Viação Garcia (322), Sicoob Ouro Verde (370), Fiação de Seda Bratac (408) e a Sercomtel S/A (459).
Enquanto houve aumento da participação das empresas catarinenses no ranking, saltando de 125 para 134 entre 2018 e 2019, a representatividade das paranaenses e das gaúchas baixou. O número de empresas do Paraná caiu de 186 para 183 e do Rio Grande do Sul, de 189 para 183. Além de mais expressivos, os dados de Santa Catarina também apontam para uma melhor distribuição das companhias pelo estado. Entre as empresas catarinenses avaliadas no ranking, apenas 17% estão na capital. Os outros 83% distribuem-se pelas demais regiões do estado. "Santa Catarina é o Brasil que queremos”, disse o diretor de Redação do Grupo Amanhã, Eugênio Esber.
O ranking mostra o aumento do VPG na Região Sul, com o rompimento da barreira dos R$ 400 milhões, somando R$ 414.432,71, uma evolução de 9,2% ante 2018, quando o VPG totalizou R$ 379.257,93. “O ano passado foi muito bom. A maioria teve variação positiva. O ano teve todas as condições de crescimento, as empresas estavam aumentando o VPG nos três estados”, analisou Biedermann.
Para o ano que vem, o sentimento é de apreensão, em razão dos reflexos da crise sanitária decorrente do novo coronavírus no balanço das companhias. “As empresas vinham embaladas, mas daí veio a pandemia. O ranking do ano que vem deve refletir as ações que as empresas adotaram para driblar a crise do coronavírus”, disse Esber.
Pelo recorte das dez maiores empresas da Região Sul, Santa Catarina se destaca, com duas empresas no topo da classificação. Em primeiro lugar, a Bunge Alimentos que, embora tenha apresentado redução no VPG na comparação com o ano anterior, fechou o ano de 2019 com R$ 18.428,53 milhões. Logo abaixo, vem a BRF, também do setor de alimentos, com R$ 17.482,71. A Copel e controladas, paranaense do setor de energia, é a terceira colocada, com R$ 15.503,10.
Entre as dez maiores do Paraná, a Copel assume a liderança, seguida da Coamo – Agroindustrial Cooperativa, com um VPG de R$ 8.137,02, e pela Klabin S/A, fabricante de papel e celulose, cujo resultado foi de R$ 7.430,83. A Coamo também aparece entre as dez maiores da Região Sul, em sexta colocação, a mesma obtida no levantamento anterior.
O crescimento das cooperativas de produção chama atenção, confirmando a força e a pujança do agronegócio no Estado. Na lista das dez maiores do Paraná, três são deste setor. Além da Coamo, a C.Vale - Cooperativa Agroindustrial, subiu da décima colocação na edição passada para a oitava nesta edição, e a Cooperativa Agroindustrial LAR, que não estava entre as dez no ranking anterior e neste aparece em nono lugar. “O cooperativismo se mostra muito resiliente. É o terceiro segmento em VPG total e representa 11% do VPG da Região Sul. É um setor muito forte para a nossa região”, observou Biedermann. “As cooperativas de produção, especialmente no Paraná e em Santa Catarina, conseguem capturar valor com o processo de industrialização da produção”, acrescentou Esber.
Das 500 ranqueadas, mais da metade delas, exatamente 260, se concentra em oito setores. São 49 do setor de comércio, 36 do financeiro, 37 de alimentos e bebidas, 27 do setor de saúde, 35 da construção e imobiliário, 26 cooperativas de produção, 23 de energia e 27 de transporte e logística. Todos os setores fortemente impactados pelo agronegócio, avaliou Esber.
Entre os 29 setores mais representativos no ranking, apenas dois - Petróleo e Petroquímica e Siderurgia e Mineração - tiveram rentabilidade de receita abaixo de 1% ou negativo em um ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro se manteve em 1,1%.