Londrina fechou 2018 com 13 empresas entre as 500 maiores do Sul do País, no ranking da Revista Amanhã divulgado na última quarta-feira (30), e se consolidou como a vice-líder no Estado. Agronegócio, construção civil e serviços são os setores da maioria das principais companhias, que contam com três estreantes neste ano.

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. | Foto: Sérgio Ranalli - Grupo Folha

A distribuidora de insumos agrícolas e comercializadora de grãos Belagrícola assumiu a liderança na cidade sem nem mesmo aparecer no ranking anterior, de 2017. Os outros dois estreantes são a cooperativa financeira Sicoob Ouro Verde e o grupo Norpave, de atacado e varejo de veículos.

No caso da Belagrícola, os dados financeiros não eram divulgados até 2017 porque a empresa não era de capital aberto, mas o grupo chinês Dakang Intemational Food Agriculture assumiu em novembro daquele ano o controle acionário, em transação de US$ 253 milhões ou algo próximo a R$ 820 milhões. A companhia com sede em Londrina passou então a trabalhar com ganhos de desempenho de cerca de 20% ao ano desde então, segundo o presidente da Belagrícola, Flávio Barbosa Andreo.

Na comparação dos balanços dos últimos dois anos, o VPG da Belagrícola disparou 417,1% e a receita, 34,76%. “Estamos em franca expansão dentro da nossa base e com pequenas expansões geográficas. Isso melhora nossa rentabilidade e deixa a empresa mais sólida”, diz Andreo, que espera crescimento de 20% neste ano e no próximo.

A companhia ainda gerou vagas mesmo com as dificuldades no mercado de trabalho nacional. “Desde a entrada dos chineses criamos cerca de 200 novos empregos e, muitas vezes, em pequenas cidades da região onde há menos oportunidades do que em Londrina e onde nos tornamos um dos principais ou o principal empregador”, conta o presidente da Belagrícola.

A Integrada Cooperativa Agroindustrial caiu para a segunda colocação na cidade, mas também mostrou avanços financeiros significativos. O VPG da empresa cresceu 277,75% e a receita, 24,2%. “Temos unidades dentro do Paraná, principalmente na região de Londrina, e dentro de São Paulo, para onde estamos expandindo, então nosso desempenho no ano passado foi bom, com crescimento de 24%”, diz o presidente da Integrada, Jorge Hashimoto.

Com a seca que prejudicou a safra de soja entre 25 e 30% na região e as cotações mais baixas, porém, Hashimoto espera que a Integrada feche 2019 com estabilidade. “Não teremos a mesma performance, mas a cada novo ciclo seguimos com nossos compromissos de dar retorno aos cooperados e reinvestir na cooperativa.”

A terceira colocada foi a construtora Plaenge, cujo VPG subiu 23,73% e a receita desacelerou 1,04%. O diretor Marcelo Resquetti afirma que o grupo cresceu 22% em 2018 nas cidades onde atuava na época. “Foi um ano importante, porque investimos em melhorias de processos internos, processos de engenharia para melhoria da qualidade e da produtividade e no relacionamento com os clientes.”

Para 2019, a expectativa na construtora é superar a alta de 2018, o que já pode ser comprovado na geração de empregos. Eram 1.941 funcionários no ano passado e são 2.042 atualmente, ou 5% a mais. Estamos em fase de ampliação dos negócios e investimos em novas centrais de vendas em Londrina, Maringá e Curitiba”, diz Resquetti, que lembra ainda que o ano marca o primeiro lançamento em Campinas (SP) e o início das atividades em Porto Alegre.

PARANÁ À FRENTE

Ao mesmo tempo, o Paraná assumiu a liderança na maioria dos indicadores depois que a siderúrgica gaúcha Gerdau, que sempre foi a maior do Sul, anunciou no fim de 2017 a mudança da sede para São Paulo. A decisão da gigante gaúcha foi motivada pelo desejo em se aproximar do centro financeiro do País e facilitar a tomada de decisões estratégicas, como a venda de operações no exterior, segundo noticiado à época.

Sem a Gerdau, a maior empresa passou a ser a catarinense Bunge Alimentos. A BRF, também do agronegócio e do mesmo estado, é a segunda, seguida de perto pela paranaense Copel, que completa o pódio. A definição do ranking é feita a partir do VPG (Valor Ponderado de Grandeza), que leva em consideração o patrimônio líquido (que tem peso de 50% no cálculo), receita líquida (40% de peso) e lucro líquido ou prejuízo (10%).

O Paraná tem o melhor desempenho somado das empresas em VPG, receita líquida, patrimônio e lucro líquido, além de menor prejuízo nas que tiveram problemas. Por outro lado, o Rio Grande do Sul segue com o maior número de grandes empresas, com 189, ante 186 do Paraná e 125 de Santa Catarina. As catarinenses ganham dos vizinhos somente em menor nível de endividamento, com 52,4%, frente 54,2% das gaúchas e 54,7% das paranaenses.

Além da Copel, completam a sequência estadual das dez maiores Coamo Cooperativa Agroindustrial, Klabin, Rumo, Itaipu Binacional, Renault, Fertipar, Sanepar, Kirton Bank e C.Vale Cooperativa Agroindustrial.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina tem 13 empresas entre as 500 maiores do Sul
| Foto: Folha Arte