Leandro Henrique Magalhães, da UniFil: "O patrimônio é um elemento que ajuda a revitalizar o comércio, ajuda a trazer motivação econômica"
Leandro Henrique Magalhães, da UniFil: "O patrimônio é um elemento que ajuda a revitalizar o comércio, ajuda a trazer motivação econômica" | Foto: fotos: Marcos Zanutto


Cidade do interior, Londrina não tem mar ou cataratas, como a campeã do turismo paranaense Foz do Iguaçu. Mas não faltam na cidade atrações com grande potencial turístico. Esse é um dos argumentos do Núcleo de Turismo de Londrina e do Sebrae/PR, que está tentando articular poder público, iniciativa privada e terceiro setor em torno do desenvolvimento do turismo de Londrina. Nesta quinta-feira (25), as entidades promoveram o I Conectur Londrina: Conexão e Inovação no Turismo, evento inédito do setor que teve o objetivo de discutir a importância do turismo para a economia do município e conectar os principais atores envolvidos.

"O turismo é um grande gerador de empregos e renda. É uma cadeia gigantesca, que realmente emplaca em outras áreas, não só lazer", destaca Ângela Baltazar, chefe de Inteligência Competitiva da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo.

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Mesmo que o maior destino turístico do Paraná seja Foz do Iguaçu, outras cidades do Estado podem pegar "carona" com os grandes polos de atração turística, ela ressalta. "Nós vimos que 55% dos estrangeiros que vêm para o Paraná vêm a lazer, e desses, 84% vem para Foz do Iguaçu. Mas outras regiões podem desfrutar do grande potencial dos destinos condutores do turismo. Até mesmo para quem vem a negócios a Londrina, uma tendência que está muito em voga é a chamada 'bleisure', aquele turista que não vem só a negócios, mas pode aproveitar a noite, visitar um museu, ir a algum show, frequentar um restaurante badalado. Se é no fim de semana, dar uma esticada, conhecer algo a mais que o destino tem a oferecer."

Para Mariângela Ferraz é preciso melhorar a malha aérea e falta um centro de convenções
Para Mariângela Ferraz é preciso melhorar a malha aérea e falta um centro de convenções



Para ela, Londrina tem alto potencial com o turismo de negócios e eventos, e também com o turismo de experiência. "O turismo de eventos vejo como o principal em Londrina e região. Mas conversando com os locais, escutei muita coisa interessante a respeito de turismo de experiência, porque aqui tem muitos pontos turísticos de ecologia, plantações, morango, café, cachoeiras. Acredito também no turismo responsável, sustentável e essa pegada mais raiz, pé no chão. O contato com essas experiências está muito na moda, principalmente nos mercados internacionais, entre os europeus. Eles já conhecem o mundo inteiro, então o que querem agora é o diferente, o inusitado. Eu acredito que Londrina e o seu entorno tenha muito a oferecer em relação a isso."

Isabel Prado, gerente de Vendas do hotel Comfort Suites, em Londrina, afirma que a maioria dos turistas vêm à cidade a negócios, eventos, formaturas e casamentos, mas 40% vêm a lazer e Londrina tem muito potencial nessa área. No entanto, mesmo os funcionários dos hotéis não sabem dar informações sobre o que a cidade pode oferecer. "O que falta é capacitação das equipes dos hotéis. O público local tem que ter acesso à informação. Não tenho conhecimento para indicar algo interessante para o cliente."

Para a chefe do Embratur, para atrair o turista estrangeiro, é preciso investir principalmente em informação, especialmente on-line. "Se você não está on-line, não está à venda. Então você tem que estar nas redes sociais, tem que ter um site interessante, de preferência em outros idiomas. É interessante ter bastante imagens, vídeos promocionais. Você tem que despertar o interesse do turista."

Ângela Baltazar, da Embratur, vê grande potencial para o turismo de experiência
Ângela Baltazar, da Embratur, vê grande potencial para o turismo de experiência



CENTRO DE CONVENÇÕES
Há 28 anos no mercado de eventos, Maria Ângela Rocha Ferraz diz que Londrina melhorou muito nos últimos anos em termos de infraestrutura, como rede hoteleira e locais para eventos. Mas precisa melhorar a malha aérea e necessita de um centro de convenções para eventos maiores, com várias salas simultâneas. O centro de convenções também foi apontado por Ângela Baltazar, da Embratur, como uma deficiência da cidade na área do turismo de negócios e eventos. "Vejo Londrina com muito potencial nessa área de turismo de negócios e eventos, mas acredito que seria mais interessante se tivesse um Centro de Convenções."

O centro de convenções é o "calcanhar de Aquiles" do turismo e negócios e eventos de Londrina. Mas o diretor executivo do Londrina Convention and Visitors Bureau, Arnaldo Falanca, comemora o fato de o poder público já ter tomado consciência da necessidade dessa infraestrutura na cidade. O diretor executivo afirma que, durante o evento, a administração municipal colocou o turismo como uma de suas prioridades. Com suas ações, o setor turístico da cidade está conseguindo mostrar que o turismo da região é economicamente viável, diz Falanca. "É dinheiro novo, que nos coloca no patamar nacional e internacional. O que precisa é unir as pontas."