Na véspera de Natal o movimento começou preguiçoso e aos poucos foi ganhando volume e logo as lojas ficaram repletas.
Na véspera de Natal o movimento começou preguiçoso e aos poucos foi ganhando volume e logo as lojas ficaram repletas. | Foto: Vítor Ogawa/Grupo Folha

O balanço geral do comércio neste período natalino foi bastante positivo para o comércio, apesar das chuvas em alguns dias deste mês. Na véspera de Natal o movimento começou preguiçoso e aos poucos foi ganhando volume e logo as lojas ficaram repletas. O diretor comercial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona da Costa, destacou que o balanço foi muito bom. “Houve aumento enorme do fluxo de pessoas no Centro. Temos uma boa perspectiva de aumento de venda em relação ao ano passado. As atividades que tivemos no Centro relativas ao Natal foram muito bem prestigiadas. Foi muito bom”, enaltece. Segundo ele, a cidade enfeitada e as ações da Acil com a casinha do papai Noel e as projeções mapeadas promoveram um Natal muito diferente em relação aos outros anos. “Foi um Natal pioneiro para decretar que nos próximos anos tenhamos ações como essa, que favorecem tanto o consumidor quanto o lojista. Quanto mais gente nas ruas mais fluxo de venda. Os consumidores gastam mais. Foi muito positivo”, destaca Costa.

O Presidente do Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina), Ovhanes Gava, apontou que houve acréscimo do comércio de rua e shopping na última semana. “Todos os lojistas que consultei estavam contentes e o volume de vendas superou o ano passado. Domingo foi um sucesso total. Também andei no dia 23 pelas ruas e vi que o movimento estava muito bom. Nesta terça-feira fui ao Centro e estava congestionado de carros. Isso é um termômetro positivo. Os números finais tenho mais para o fim do mês, porque é a Fecomércio que alimenta a gente com esses números. As projeções para Londrina, com certeza vamos ter um saldo positivo de pelo menos 1,5% de acréscimo nas vendas. Para o mês de dezembro vamos atingir 5% de acréscimo com certeza”, destaca Gava.

A vendedora Kimberly Fernanda Kavinski, 23, concorda que o movimento foi muito bom este ano. “Foi corrido, bastante trabalhoso. Todos os dias em que o comércio ficou aberto até as 22 horas o movimento foi muito bom. O que mais saiu de vendas nesta loja foi maquiagem e bijuterias, ou seja, coisas para mulheres. Mas também vendemos acessórios para homens”, destaca. Ela ressaltou que o fato de estar trabalhando seguidamente fez com que ela não tivesse tempo para comprar o presente para a família. “Mas a gente sempre dá um jeito”, destaca.

A vendedora Kimberly Fernanda Kavinski, 23, concorda que o movimento foi muito bom este ano.
A vendedora Kimberly Fernanda Kavinski, 23, concorda que o movimento foi muito bom este ano. | Foto: Vítor Ogawa/Grupo Folha

O comerciário Renato da Silva Rodrigues, 30 anos, vende games e aparelhos de telefonia celular. Segundo ele, o movimento foi bom. “Vendemos muitos celulares. Foi o nosso carro- chefe das vendas. O aparelho que tem mais saída custa R$ 990. Aqui na nossa loja o pessoal está gastando uns 30% a mais do que no ano passado”, declara.

Na véspera de Natal o maior fluxo foi de pessoas que deixou tudo para a última hora. A vendedora Ivanete Almeida Sales, 56, destaca que por trabalhar com vendas, só teve tempo para sair agora. Quando encontrou a reportagem da Folha ainda estava pesquisando os preços. “Vou ter que escolher só algumas pessoas para dar presente. A gente vai conversando, porque não dá para dar para todo mundo. São muitos sobrinhos, primos e irmãos. Vou priorizar a minha mãe e mesmo assim estou achando os preços caros para o meu orçamento”, destaca Sales.

A vendedora Ivanete Almeida Sales, 56,  pesquisou muito os preços.
A vendedora Ivanete Almeida Sales, 56, pesquisou muito os preços. | Foto: Vítor Ogawa/Grupo Folha

A secretária Lucinei Aparecida Lombardi, 46, aproveitou o comércio aberto até 17 horas para deixar as compras para a última hora. “Como são muitas pessoas, não vou comprar presentes, mas lembrancinhas. O comércio tem produtos para todos os gostos e bolsos, mas o que cada um vai presentear depende do bolso de cada um. Mesmo assim tento comprar o que agrada a pessoa”, destaca.

Muitas pessoas gastaram muito para presentear os entes queridos. A cozinheira Marlene Ferreira, 45, achou os produtos estão caros. "Fui comprar presentes para sogro, para sogra e enteado e o meu salário foi todo. Para fazer a ceia foi o meu 13º salário", destaca Ferreira.

A dona de casa Conceição Fabiano, 60, queria comprar presentes para toda a família, mas revelou que não tem condições de comprar para todos. “Comprei um par de tênis para o meu marido, porque ele está precisando, mas a minha situação está feia. Eu queria comprar pelo menos para meus dois filhos e para as minhas netas, mas desta vez eles vão ficar sem presentes. Eles vão entender que a situação está difícil. A gente compra quando tem, quando não tem eles precisam entender”, ressalta.

A artesã Silvana Chaves, 41, priorizou a compra dos presentes apenas para as crianças este ano por economia. “Vou presentear os sobrinhos e filhos. Não vou presentear os irmãos e tios. O mercado hoje está passando por um momento ruim. A gente sabe que hoje as coisas estão restritas e por isso temos que economizar. São só lembrancinhas mesmo. Não são nem considerados presentes. O Natal para mim significa o nascimento de Cristo. É o amor que ele proporciona para a gente e que deve ser compartilhado”, destaca.

A professora aposentada Maria Aparecida Davatz, 87, trabalhou por muitos anos em uma escola na zona rural de Londrina. Segundo ela, os presentes não importam. “O mais importante é procurar Jesus. O Natal representa a vida e o nascimento de Jesus. É tudo de bom. A data comemora a presença de Deus no meio da humanidade”, ressalta.

Em meio a tantas pessoas a reportagem encontrou uma pessoa que já havia recebido o presente, tentou experimentar e não serviu. “Minha mãe se adiantou e já me entregou o presente. Como não serviu vou tentar trocar. Quero me adiantar ao movimento das trocas dos produtos”, destaca.