Londrina é a cidade com maior índice de inovação em indústrias no Estado, com nota 5,23, conforme a última Bússola da Inovação, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A entidade lançou neste mês os resultados da segunda edição da avaliação, encerrada em 2014, para abrir a versão 2016, que está com inscrições abertas. A expectativa é que a nota da cidade aumente diante do fortalecimento de iniciativas tecnológicas, de pesquisa e de desenvolvimento de empreendimentos na cidade.
Apesar da avaliação servir para indústrias em geral, Londrina está à frente diante da grande quantidade de empresas de tecnologia da informação (TI), normalmente ligadas a inovações. Ainda, 51% da captação de recursos nas 51 empresas avaliadas na cidade teve fonte externa, o que mostra bom conhecimento de formas de obter recursos para crescer.
A cidade também conta com índice acima da média estadual em iniciativas de melhoria e de lançamento de produto, de práticas de gestão, de criação de processos produtivos, de mudança de posicionamento ou promoção, de design e de distribuição. "São aspectos significativos em relação a inovações, como trabalho em equipe, criatividade, troca de informações e processos de pesquisa e desenvolvimento", diz o coordenador da Bússola da Inovação no Paraná, Augusto Cesar Machado. "Há um polo grande de TI que dá destaque ao município, além de um APL (Arranjo Produtivo Local) atuante", completa.
O presidente do APL de TI de Londrina e Região, Luís Carlos de Albuquerque Silva, afirma que a cidade tem ativos construídos ao longo dos anos que contribuem para a nota. "Temos cursos de tecnologia há 30 anos aqui, uma incubadora dentro da UEL (Universidade Estadual de Londrina) que fomenta a inovação, tradição com empresas de softwares desde a década de 70, com a Exactus, e uma empresa de telecomunicações pública, que é a Sercomtel."
Silva aponta novas iniciativas que tendem a melhorar a avaliação da cidade quando se fala de novidades em empresas. Até ontem, 90 pessoas participaram da 2ª Startup Weekend de Londrina, evento que visa a troca de informações para fomento de ideias e empreendimentos. "A cidade tem uma cultura de inovação e já são várias startups", conta.
Ainda, o presidente da APL lembra que foi assinado convênio no mês passado entre UEL, Sebrae/PR e Telefônica Open Future para a implementação de um programa de aceleração de empresas. Será a segunda iniciativa da multinacional no País e a primeira na região Sul. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) também deve estender o programa de aceleração que mantém em Curitiba para Londrina, segundo Silva, e há uma organização privada que já atua na cidade, a HubGenial. "Em algum tempo, Londrina vai se transformar em não apenas uma cidade forte em TI, mas em tecnologia, porque temos muitas inovações em áreas como a biotecnologia. Seria interessante que várias empresas participassem da próxima edição da Bússola da Inovação, para colocar a cidade no radar", sugere Silva.

COMO PARTICIPAR
A avaliação colocou Londrina à frente de Pato Branco (4,98), Curitiba (4,98), Ponta Grossa (4,81), Maringá (4,79) e Cascavel (4,72), além de outros 78 municípios do Estado, que teve 397 empresas inscritas. Em contrapartida, todas as indústrias receberam diagnósticos personalizados e gratuitos sobre a inovação do empreendimento, divididos em dez grandes temas e mais de 200 variáveis. Para a terceira edição, lançada neste mês, basta que o empresário entre no endereço eletrônico www.bussoladainovacao.org.br e preencha o relatório sobre a realidade do empreendimento.
O coordenador da Bússola da Inovação explica que cada edição dura dois anos e que busca promover a cultura da inovação, para levar as empresas ao desenvolvimento. "A perspectiva é que a cada dois anos se perceba essa evolução, sempre pensando no conjunto e não apenas em uma ou duas", conta Machado.
Ele lembra que alguns setores exigem maior troca de informações, como o metalmecânico. "Alguns resultados imediatos são o diagnóstico da indústria, auxílio para a tomada de decisões de como reduzir riscos ou custos, que é essencial no cenário atual, como agregar valor ao produto ou como satisfazer e prospectar clientes", explica o coordenador.