Londrina é o município mais sustentável do Paraná e o segundo da região Sul do Brasil. É o que mostra o “Ranking de Cidades Sustentáveis”, elaborado pela plataforma Bright Cities a partir da avaliação dos 326 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes - levando em consideração os dados de 2021 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Todos os indicadores do ranking são provenientes da norma ISO 37120, que padroniza os indicadores de serviços urbanos e de qualidade de vida para construção da sustentabilidade. De modo geral, os indicadores foram divididos em cinco pilares temáticos: prosperidade, gestão, bem-estar, segurança e infraestrutura e serviços básicos.

Na região Sul, Londrina ficou atrás de Florianópolis e à frente de Curitiba, Maringá e Jaraguá do Sul (SC). Os municípios melhores classificados em outras regiões são Palmas (TO), no Norte, Sobral (CE), no Nordeste, Barueri (SP), no Sudeste, e Goiânia (GO), no Centro-Oeste.

De acordo com Alex Canziani, presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), a realização de rankings que medem diferentes indicadores é positiva porque ajuda a projetar a cidade e mostrar o nível de desenvolvimento atual.

“E esse ranking agora trazendo Londrina nesta bela posição sem dúvida é um fator de estímulo para que a gente continue com ações na área da governança, da infraestrutura, do desenvolvimento econômico e no fortalecimento das políticas públicas, porque tudo isso faz com que efetivamente a cidade caminhe para onde nós queremos”, pontuando que Londrina já fez o planejamento dos próximos 20 anos. “[São] várias as ações que estamos fazendo para que a cidade seja cada vez mais inovadora, sustentável e com vida de qualidade.”

Na avaliação do presidente da Codel, essas ações são resultado da união do poder público e da sociedade civil organizada, que trabalham para o fortalecimento de Londrina. Além disso, essa união acaba por criar um “círculo virtuoso”, em que a cidade consegue uma maior projeção e agrega maiores oportunidades. “Faz com que mais elementos acabem se juntando, fazendo toda uma ação positiva para fortalecer mais a cidade”, pontua. “Sair em um ranking como esse, que pega as cidades com mais de 100 mil habitantes, e Londrina ser considerada a segunda do Sul do país e primeira do Paraná, é motivo de grande alegria e grande orgulho. E mais do que isso, é estímulo para a gente continuar trabalhando para cada vez mais fortalecer nossa cidade.”

DETALHES

Os indicadores do ranking de sustentabilidade levam em conta diferentes fatores para avaliação do desenvolvimento das cidades, que vão desde a economia e o saneamento básico, até a gestão pública.

Entre os pilares elencados, o da prosperidade considera a economia, a população e condições sociais, a habitação e as telecomunicações; o da gestão considera as finanças e a governança; o do bem-estar, a educação, esporte e cultura, a saúde, a agricultura e a segurança alimentar, e o meio ambiente e as mudanças climáticas; o pilar da segurança considera a área de modo geral (como o número de mortes em acidentes de trânsito, em incêndios, em desastres naturais e em acidentes industriais por 100 mil ambientes); e o pilar da infraestrutura e serviços básicos leva em conta áreas como o tratamento de resíduos sólidos e o fornecimento de água e energia elétrica.

“É importante salientar que o objetivo do ranking não é criar competição entre cidades, mas sim mostrar quais municípios possuem melhores práticas e abrir os olhos dos que possuem menor classificação, de que é possível atingir melhores níveis de avaliação”, afirma a plataforma Bright Cities no material de divulgação do ranking.

Londrina terá curso de empreendedorismo aeroespacial

O presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Alex Canziani, em entrevista à FOLHA nesta quarta-feira (5), afirmou que o município irá ofertar o primeiro curso de empreendedorismo aeroespacial do Brasil. A formação será pelo IFPR (Instituto Federal do Paraná) e em parceria com a AEB (Agência Espacial Brasileira). O lançamento está previsto para o dia 11 de maio.

“Nós estamos trabalhando nessa questão, aqui existe [o programa] Constelação Catarina, que tem todo o trabalho de colocar nanossatélites no espaço, e nós somos parceiros da AEB para ter, aqui em Londrina, um polo de geração de soluções para esses nanossatélites”, diz Alex, acrescentando que o estado de Santa Catarina está focado na construção dos satélites, ao passo que Londrina busca soluções para o uso dos dados coletados. “Temos uma série de iniciativas e estamos muito animados com as perspectivas da cidade de Londrina”, acrescentou Canziani.

Londrina assinou, em março de 2022, um acordo de cooperação entre a AEB e o IFPR visando a formação de mão de obra para interpretação desses dados e para incentivar o empreendedorismo espacial. Como mostrou a FOLHA à época, foi anunciado um investimento da ordem de R$ 500 mil para que a instituição de ensino desse início à qualificação profissional.

O programa Constelação Catarina foi criado em 2021 e visa o uso de nanossatélites para atender, prioritariamente, setores da agropecuária e da defesa civil. “de maneira a contribuir para a agenda de desenvolvimento socioeconômico sustentável do País”, como indica a Portaria n° 590. (D.K.)