O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), assinou, na manhã desta segunda-feira (19), um contrato de repasse de R$ 5.8 milhões da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para o programa LI (Londrina Iluminação). Os recursos, que provêm do órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Governo Federal, serão utilizados para o desenvolvimento de um sistema de telegestão da iluminação de parques e praças públicas do município.

A solenidade de assinatura, que aconteceu no gabinete do prefeito, contou com a presença do presidente interino da Londrina Iluminação, Alexander Farias Fermino; do presidente da Finep, Celso Pansera; da deputada federal Luísa Canziani (PSD) e da vereadora Professora Sonia Gimenez (PSB).

"O projeto [da Londrina Iluminação] que protocolamos foi pensado para atender o cliente, que é o munícipe de Londrina. Quando conseguimos trazer soluções para os moradores e conseguimos deixá-los contentes, acabamos mudando sua vida em algum aspecto. E é exatamente isso que queremos", declarou Fermino.

A Finep é uma empresa pública de fomento à ciência, à tecnologia e à inovação em organizações, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas e privadas. No mais recente edital de financiamento, contemplou cinco projetos ao redor do Brasil.

Presente na solenidade e na assinatura do contrato, Celso Pansera, presidente da Finep, afirmou que o recurso disponibilizado para o edital é um marco histórico para a ciência brasileira.

"Nesse ano, o Brasil tem R$ 10 bilhões para apoiar projetos. Em 2024, a previsão é de R$ 14 bilhões. No ano passado, o até então presidente [Jair Bolsonaro], assinou uma medida provisória que retinha parte dos recursos, então conversamos com o atual presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]. Ele deixou a medida provisória caducar e enviou um projeto de lei ao congresso para liberar os valores que estavam contingenciados."

Os recursos que serão repassados à Londrina Iluminação não precisarão ser retornados à Finep. Neste processo, a LI terá como parceira o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), que tem uma unidade especial em Londrina e estará presente no desenvolvimento de telegestão.

O projeto de implementação, conforme aponta Fermino, será dividido em 10 etapas, que englobam desde a elaboração e a prototipagem do hardware até a entrega final do sistema.

A última fase, que contempla o produto final e o início das instalações nos parques e nas praças públicas de Londrina, levará em torno de nove meses para ser implementada. Nesta etapa, serão instaladas cerca de 4.500 unidades de módulo de telegestão, além de 220 concentradores de dados nos locais citados.

"Para resumir, Londrina vai virar um Big Brother. Os dispositivos com software vão ser instalados e vai ser possível colocar ali medidores de ruído, câmeras, pontos de repetição de 5G sem que tenha a necessidade de antenas por toda a cidade", afirma Belinati.

O prefeito destacou, ainda, a posição de Londrina no Ranking Cidades Inovadoras e Sustentáveis de 2023, da consultoria Bright Cities. O levantamento avalia a sustentabilidade, a inovação e eficiência dos maiores municípios do Brasil e, neste ano, Londrina foi a cidade paranaense com o melhor resultado.

"Londrina vai virar um Big Brother. Os dispositivos com software vão ser instalados e vai ser possível colocar ali medidores de ruído, câmeras, pontos de repetição de 5G sem que tenha a necessidade de antenas por toda a cidade", afirma o prefeito Marcelo Belinati.
"Londrina vai virar um Big Brother. Os dispositivos com software vão ser instalados e vai ser possível colocar ali medidores de ruído, câmeras, pontos de repetição de 5G sem que tenha a necessidade de antenas por toda a cidade", afirma o prefeito Marcelo Belinati. | Foto: Anderson Coelho/iStock

No ranking geral, com uma nota de 6,55 na média de todos os índices, o município aparece em 9º lugar, à frente de cidades como Curitiba e Maringá. "Eu não tenho dúvidas que, com essa ação [da Londrina Iluminação], nós vamos ganhar várias posições nos rankings futuros", finaliza o prefeito.

SISTEMA DE TELEGESTÃO

Através de equipamentos próprios e específicos, que serão instalados nas luminárias dos postes, será possível o controle e monitoramento das mesmas em tempo real.

A tecnologia de telegestão vai permitir determinadas atuações nas luminárias de forma remota, e será possível, por exemplo, gerar relatórios e históricos dos pontos de iluminação pública, bem como poderá embarcar uma gama de serviços públicos abrangidos pela tecnologia 5G.

De acordo com Fermino, as vantagens não serão restritas à iluminação. "Os concentradores que vamos instalar vão formar uma rede e o município poderá utilizar outras ferramentas de IoT [Internet of Things - Internet das Coisas, em tradução literal]. Cada órgão de Londrina vai poder se beneficiar dessa rede. Um exemplo: se a Guarda Municipal precisar realizar um monitoramento em um fundo de vale, poderá instalar uma câmera, que será conectada à rede e, com isso, os responsáveis irão receber as imagens", explica.

Quanto ao 5G, Fermino aponta que Londrina conta com smart postes, nos quais é possível explorar o sinal. "Dentro do projeto, fizemos uma pesquisa junto ao Parque de Tecnologia de São José dos Campos e identificamos esses pontos. Esses postes são gavetas de 5G, então vamos buscar fazer parcerias com a prefeitura e com as empresas de telecomunicações para que elas possam fornecer o 5G por locação. Isso porque o 5G tem uma latência menor e, com isso, vamos precisar de muitas antenas. É eficiente usar os smart postes como repetidores do sinal para que a cidade não vire um 'paliteiro'."

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