O saldo de empregos em Londrina no mês de maio continua negativo, embora a queda tenha sido inferior à observada no mês de abril, segundo levantamento realizado pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), campus Londrina, com base em dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Em maio, houve mais desligamentos (4.175) que admissões (2.467) na cidade, o que resultou em um saldo negativo de 1.708 empregos. Em abril, por outro lado, o saldo negativo havia sido ainda maior, de 3.783 vagas de trabalho.

Para Acil, o fechamento das atividades consideradas não essenciais também poderá atrasar a retomada de vagas
Para Acil, o fechamento das atividades consideradas não essenciais também poderá atrasar a retomada de vagas | Foto: Mauro Pimentel/AFP

Os setores de serviços e comércio mais uma vez foram os mais castigados em Londrina. Estes foram os que apresentaram a maior queda de vagas, de 899 e 424, respectivamente.

“É um indicador bastante ruim para nós, embora nada surpreendente. O que se esperava era exatamente isso ou até pior. Falando com economistas da cidade, a impressão é que a situação poderia ter se apresentado em números piores ainda”, comenta o economista Marcos Rambalducci, coordenador da pesquisa. Para ele, a atuação do governo procurando minimizar o desemprego através de medidas como a suspensão dos contratos de trabalho, a redução de jornada e de salário e a absorção de parte do ônus salarial segurou um pouco o “impulso demissionário”. A reabertura do comércio no mês de maio também teria contribuído para reduzir a queda do saldo de empregos na cidade.

Mesmo assim, no ano, o município ainda amarga um saldo negativo de 4.983 vagas de emprego, como consequência de 24.230 admissões e 29.213 desligamentos. Na comparação com maio de 2019, o saldo de empregos também foi exponencialmente maior. No ano passado, o saldo no mês de maio foi de -134 postos de trabalho. A expectativa é que os números de junho também sejam negativos, opina Rambalducci, mesmo que a queda seja reduzida.

A perspectiva de fechamento das atividades consideradas não essenciais também poderá atrasar a retomada de vagas. O governador Ratinho Junior determinou, nesta terça-feira (30), o fechamento de atividades não essenciais, como shoppings, galerias, comércio, feiras, salões de beleza, academias, bares e casas noturnas por pelo menos 14 dias em sete regiões do Estado, inclusive Londrina. “Esse é um complicador significativo, porque várias empresas estão assumindo compromissos na esperança de que encontrem um clima econômico caminhando para a normalidade”, alerta o economista. “Uma medida desta natureza, embora com todo respaldo de proteção à saúde, será causa de profundo desalento para o setor produtivo.”

Para Fernando Moraes, presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), será difícil frear as demissões se o comércio e o setor de serviços da cidade fecharem novamente. “O saldo negativo de empregos foi menor em maio porque o comércio retomou no final de abril. Esperamos que em junho também melhore, mas agora a perspectiva foi por água abaixo para os próximos meses. Com mais 14 dias fechados, vai ser muito difícil não ter mais demissões.”