Londrina avança no ranking das maiores economias brasileiras
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Aline Machado Parodi<br>Reportagem Local
A participação dos municípios paranaenses no PIB nacional cresceu em 2015, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Estado tem oito cidades entre as 100 maiores economias municipais. Londrina subiu um degrau no ranking e está na 47º posição. É a única cidade fora da RMC (Região Metropolitana de Curitiba) entre os 50 municípios com maior participação no PIB nacional.
A Capital (5ª) manteve a colocação de 2014, Maringá (55ª) avançou três posições. Completam a lista São José dos Pinhais (34ª), Araucária (60ª), Foz do Iguaçu (71ª), Ponta Grossa (74ª) e Cascavel (85ª).
O resultado comprova o crescimento que o Paraná vem tendo na participação da economia do País. De janeiro a setembro deste ano, a economia do Estado cresceu 2,1% comparado com o mesmo período do ano passado, enquanto o Brasil teve um crescimento de 0,6%. "No contexto de recessão, a economia paranaense se mostrou mais resiliente e com recuperação rápida", afirmou Júlio Suzuki, presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social).
Em 2010, o Estado tinha apenas sete municípios entre as 100 maiores economias. O acréscimo de uma cidade e a evolução no ranking, de acordo com Suzuki, mostram a redução da desigualdade no Estado, principalmente por a maioria dos municípios estarem longe da Capital. "Há duas décadas víamos os investimentos concentrados na Região Metropolitana de Curitiba. Agora, o processo se inverteu e o interior ganha espaço", disse.
De 2014 para 2015, a indústria foi o setor com o pior desempenho na indústria londrinense. Seu valor adicionado saiu de 20,15% para 18,4% em 2015. Os serviços subiram de 64,74% para 66,38% confirmando a vocação da cidade. Agropecuária (1,58%) e administração pública (13,53%) mantiveram a estabilidade.
Apesar de Londrina não contar com uma indústria pesada, o setor colaborou para o bom desempenho dos serviços. "A nossa indústria trabalha para a região e o Paraná, e se ela tem um resultado bom ou no mínimo razoável consegue manter o consumo local, que é a nossa identidade econômica", comentou Márcio Massaro, coordenador do curso de Administração da Faccar (Faculdade Paranaense).
A FOLHA trouxe uma reportagem na edição do fim de semana passado mostrando que Londrina busca o equilíbrio entre os setores. O presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Ary Sudan, comentou que a cidade "precisa de uma indústria que participe de 20% a 30% do PIB municipal. Com essa participação não viramos uma cidade industrial, até porque não é isso que queremos. O que queremos é uma cidade com participação significativa da indústria, comércio e serviço."
BRASIL
Sete municípios (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Manaus) concentravam cerca de 25,0% do PIB do País, em 2015. Juntos, eles abrigavam 14,3% da população. Os cinco primeiros mantêm a mesma posição no ranking desde 2010.
De 2002 a 2015, em 20 dos 26 estados brasileiros o PIB das capitais perdeu participação no PIB nacional. Em 2002, 36,1% do PIB brasileiro era proveniente das capitais dos estados, valor que em 2015 passou para 33,1%, representando uma perda de 2,9 pontos percentuais.
Os municípios fora das capitais eram responsáveis por 63,9% do PIB e passaram a contribuir com 66,9%, um avanço de 2,9 pontos percentuais no mesmo período. De 2002 até 2014, a queda de participação das capitais é um pouco maior: 3,2 pontos.