Lojistas esperam alta de até 10% nas vendas do Dia das Mães
Varejistas prepararam os estoques para a data e contam com a ajuda da meteorologia para alavancar as vendas
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 29 de abril de 2025
Varejistas prepararam os estoques para a data e contam com a ajuda da meteorologia para alavancar as vendas
Simoni Saris - Grupo Folha

Depois de um Dia das Mães fraco em vendas no ano passado, os lojistas esperam um comércio mais aquecido em 2025. Para confirmar a data como um “segundo Natal”, os varejistas investem em todas as formas de divulgação para atrair os clientes, especialmente nas redes sociais, e os estoques estão preparados, mas uma ajuda de São Pedro nesta época do ano sempre é aguardada com grande expectativa. As baixas temperaturas ajudam a impulsionar as vendas.
Nas lojas de Londrina, o movimento de consumidores à procura de presentes para o Dia das Mães ainda é bem tímido. Mas isso não é motivo de preocupação para os comerciantes. Eles sabem que a maioria dos clientes deixa as compras para a última semana antes da data, comemorada neste ano em 11 de maio.
A apreensão é com a situação econômica do país. Em todas as datas comemorativas do ano passado, os resultados ficaram abaixo do previsto.
Mesmo receosos, os varejistas não deixaram de investir em mercadorias e estão com os estoques abastecidos para atender uma demanda que pode crescer em até 10% sobre o mesmo período de 2024.
“No Dia das Mães, a expectativa sempre é grande. Todo mundo quer presentear e a gente tem peças mais leves, caso o frio não chegue, e itens com preços mais acessíveis”, disse a gerente de uma das lojas Bonny em Londrina, Sônia Regina Vanzo.
A gerente não acredita em um grande aumento nas vendas neste ano, mas espera alta em torno de 10%. Para alcançar esse percentual, o investimento em divulgação é fundamental, afirmou Vanzo, que aposta em um ticket médio de R$ 200 por presente. “Estamos fazendo o marketing, bastante divulgação nas redes sociais. A expectativa é grande porque o Dia das Mães é uma data especial.”
O fluxo de clientes nas lojas deve começar a crescer gradualmente a partir da próxima segunda-feira (5), mas é nos últimos três dias que os comerciantes vão conseguir mensurar o sucesso da campanha. Além do costume dos consumidores de deixarem as compras sempre para a última hora, o quinto dia útil, dia de pagamento para muitos trabalhadores, será no dia 8, em maio.
“Os últimos três dias são os mais importantes. Antes disso, não funciona. É o que percebemos ao longo de todos esses anos”, disse o presidente do Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina) e vice-presidente da Fecomércio em Londrina e região, Ovhanes Gava.
Menos otimista, o sindicalista mantém expectativa de alta em torno de 3% nas vendas desse ano em relação ao ano anterior. Mas para que o aumento se confirme, Gava disse que uma mudança no clima é decisiva. “Se não vier um friozinho, acho que o comércio não aquece. Ano passado tivemos chuva em Londrina e o frio não veio. Chuva, para o comércio de rua, atrapalha.”
Para esta semana, não há previsão de chuva para o Norte do Estado e as temperaturas devem ser mais amenas. Até o próximo domingo (4), o Simepar prevê dias ensolarados para a região de Londrina, com temperaturas mínimas entre 14 e 17 graus e máximas de 23 a 26 graus.
Gerente de uma das lojas J4 em Londrina, Margot Soares disse que se programou para um bom Dia das Mães. “A economia não está das melhores, mas a gente sempre acredita em um dia melhor.”
Soares aposta na combinação de variedade e preço para conquistar os bons resultados nas vendas. “Ainda está cedo para começarem a aumentar as vendas, mas já estamos com mercadorias em estoque e já esfriou um pouquinho, o que ajuda a dar uma melhorada. A nossa expectativa é de aumento”, comentou a gerente, sem arriscar um percentual.
Além de oferecer produtos para mães de todas as idades, a loja disponibiliza peças a preços mais atrativos, como blusas a partir de R$ 95 e conjuntos por menos de R$ 200. “Mãe é um símbolo forte para todo mundo. As pessoas apostam mais no presente para elas”, disse Soares.
Além das lojas de vestuário, calçados, perfumes e floriculturas, que sempre oferecem muitas opções de presentes, os restaurantes e supermercados também devem aproveitar para faturar com a data, lembrou o presidente do Sincoval. “Os supermercados, todos os anos, vêm superando as expectativas em vendas, mas não é em um ou outro item, como carnes e bebidas alcóolicas, é no âmbito geral”, apontou Gava.
A presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Vera Lúcia Ramos Antunes, mantém o otimismo, porém, com um pé na realidade. A orientação da entidade aos seus associados é para que decorem as lojas e invistam de todas as formas possíveis na data, mas diante da conjuntura econômica, Antunes sabe que este deve ser mais um Dia das Mães de gastos comedidos.
"Com a taxa Selic alta e com possibilidade de aumento, a inflação alta, as taxações (impostas pelos Estados Unidos) aos maiores países do mundo, os consumidores ficam receosos. Sou sempre otimista, mas diante desse cenário, não vejo com bons olhos esse momento da economia do Brasil e do mundo", declarou a presidente da Acil.
Antunes acredita que mesmo com o dinheiro mais escasso, os filhos não deixarão de presentear suas mães, mas talvez este seja um Dia das Mães mais de lembrancinhas do que de presentes de valor mais alto. "Talvez, tenhamos um ticket médio menor", prevê.
Para ajudar a atrair a clientela, o comércio de rua deve funcionar em horário estendido, até as 21 horas, na quinta e sexta-feira, dias 8 e 9 de maio, e no sábado (10), véspera do Dia das Mães, até as 18 horas.
Para garantir a segurança e tranquilidade dos consumidores, o Sincoval solicitou reforços no policiamento militar e nas rondas da Guarda Municipal. Para maior comodidade, o sindicato também está atento à necessidade de aumentar as linhas de ônibus. “Estamos em contato com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), que vai fazer um estudo de impacto e, se for preciso, serão disponibilizados mais ônibus para a população.”

