As lojas no Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, permaneceram fechadas na manhã desta terça-feira (6). Em protesto, os comerciantes buscam negociação com representantes da Infraero, em Brasília, para reduzir os valores dos aluguéis. Dos 15 espaços existentes no aeroporto de Londrina, dez lojas permanecem em funcionamento. Porém, as dificuldades financeiras enfrentadas pelos comerciantes preocupam.

Imagem ilustrativa da imagem Lojistas do aeroporto protestam por redução no valor do aluguel
| Foto: Viviani Costa/Grupo Folha

A queda brusca na movimentação de passageiros em razão da pandemia resultou em prejuízos acumulados desde março, quando o valor do aluguel não sofreu alteração. Para os meses seguintes, entre abril e agosto, foi acordado desconto de 50%. “O aeroporto ficou fechado em abril e maio e não tivemos faturamento. Acumulamos também o prejuízo de março quando foi cobrado o valor cheio”, explicou a comerciante Rosemara Santos. “Nós não nos negamos a pagar, mas gostaríamos de uma negociação mais equilibrada”, destacou a lojista Anadir Solbiati.

O grupo de empresários afirmou que houve redução no faturamento em mais de 90%. Produtos perecíveis precisaram ser descartados porque não foram comercializados até o final do prazo de validade. No mês passado, o desconto no valor do aluguel foi de 30%. Para os meses de novembro e dezembro, as cobranças serão 20% menores.

“Pedimos a sensibilidade da Infraero para que entenda a necessidade de negociar os valores considerando essa queda no faturamento. Muitos shoppings negociaram descontos com lojistas por causa da crise. A nossa retomada não será rápida e terá um longo percurso”, completou Solbiati.

Conforme o grupo de comerciantes, a semana começa com apenas seis voos programados no aeroporto de Londrina. As lojas funcionam em horários diferenciados para atender os poucos passageiros.

PASSAGEIROS

Dados da Infraero apontam queda de 93% na movimentação de passageiros considerando embarques e desembarques no aeroporto de Londrina. Entre abril e agosto do ano passado, foram registrados 421.613 usuários. No mesmo período deste ano, foram 27.999 passageiros.

Por meio de nota, a Infraero disse que "em respeito aos usuários e passageiros do Aeroporto de Londrina, a Infraero esclarece que, desde março deste ano, mês em que foi decretada a pandemia do Covid-19 no Brasil, a empresa conta com um "pacote comercial emergencial" a fim de assegurar de forma responsável as consequências imprevisíveis da pandemia bem como a mitigação de prejuízos entre as partes".

Leia a nota na íntegra:

A proposta dá tratamento isonômico entre os principais atores envolvidos na dinâmica aeroportuária, ofertando aos concessionários e clientes, em todo o território nacional, ações objetivas para enfrentar os prejuízos que poderiam advir de eventuais restrições de funcionamento de estabelecimentos comerciais por força de decisões governamentais, enquanto durar a determinação de isolamento social pelas autoridades de saúde.

A Infraero lista as medidas contingenciais tomadas, como a prorrogação no vencimento dos boletos de abril, maio, junho, julho e agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro - todos esses boletos prorrogados para vencimento de setembro adiante; redução de 50% no valor do aluguel dos boletos de abril, maio, junho, julho e agosto; redução de 30% no valor do aluguel dos boletos de setembro e outubro, e, de 20% para os meses de novembro e dezembro; e prorrogação do prazo da vigência dos contratos comerciais (que foram afetados pela pandemia) em 4 meses.

Tais medidas, somadas (redução + diferimento + prorrogação contratual) correspondem a seis meses de isenção nos aluguéis das lojas, reforçando assim o conceito de compartilhamento entre Infraero e concessionários comerciais neste momento delicado.

Ainda referente as medidas acima, a Infraero informa que 37 concessionários do Aeroporto de Londrina aderiram ao pacote de medidas ofertadas, o que representa cerca de 93% do total de contratos vigentes. Atualmente, o terminal paranaense já conta com movimento operacional equivalente a 45% do quantitativo de voos registrados em relação ao período anterior à pandemia, inclusive com pedidos de novos destinos diretos, como Brasília, que passará a ter voos diretos começando no dia 8 de outubro. A malha aérea prevista é bastante animadora, havendo dias com 17 pousos e decolagens, reforçando o que as pesquisas indicam: há expectativa de breve restabelecimento da malha aérea devido ao aumento de confiança dos passageiros em voar, tendo em vista as várias medidas adotadas em todo o setor da aviação civil.

É importante ressaltar que a Infraero também está sendo afetada pela pandemia, de modo que não há como se atribuir unicamente à empresa o suporte financeiro de todo prejuízo decorrente da paralisação do setor aéreo nacional. Os terminais da Infraero, desde o início da pandemia, seguem operando normalmente para garantir as operações aéreas em todo o território, incluindo as regiões mais longínquas onde o aeroporto é muitas vezes o único meio de transporte disponível (e com toda a rapidez necessária) para salvar vidas.

Por fim, a Infraero reafirma seu compromisso de seguir adotando medidas que sejam aderentes e pautadas pelos princípios administrativos que regem a Administração Pública com todas as empresas que exploram serviços em nossos aeroportos.

Atualizada às 17h25