São Paulo - O líder caminhoneiro Wallace Landim, o Chorão, está divulgando vídeo pedindo que a categoria não trabalhe nesta quarta-feira (19).

O movimento é convocado em defesa da tabela do frete, que teve seu julgamento no Supremo Tribunal Federal adiado pela segunda vez a pedido do governo.

Chorão foi um dos mobilizadores das paralisações de maio de 2018. No ano passado, vinha se colocando contra os atos convocados por outros caminhoneiros e defendendo a negociação com o governo.

"Quero pedir para a categoria toda se conscientizar de que agora precisamos estar unidos. Não aceitamos retrocesso. Não carregue seu caminhão amanhã a partir das 6h, fique em casa, vamos fazer manutenção", disse ele em vídeo.

Ao convocar o movimento, Chorão destacou que os caminhoneiros não devem fechar estradas nesta quarta. A Abrava, associação presidida por Chorão, deverá participar do julgamento como Amicus curiae (amigo da causa), conforme divulgado por ele nos últimos dias.

Outras lideranças da categoria que se aproximaram do governo em 2019 também apoiam o movimento. Marcelo da Paz , do Porto de Santos, diz que a categoria deve se mobilizar em apoio à tabela e pedindo que o governador de São Paulo João Doria reduza o ICMS sobre combustíveis.

Londrina

Apesar da insatisfação da categoria com o posicionamento do governo federal, o presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Londrina), Carlos Roberto Dellarosa, disse que na região os caminhoneiros deverão trabalhar normalmente. Segundo ele, os profissionais temem represálias depois da prisão do presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens, Alexsandro Viviani, na segunda-feira (17). O sindicalista foi detido durante um confronto entre a Polícia Militar e caminhoneiros em greve na entrada do Porto de Santos, no litoral paulista. "Estamos meio quietos. O pessoal está com medo de sofrer represália porque o governo está batendo forte em cima de todo mundo", declarou Dellarosa.

O presidente do Sindicam disse, no entanto, que a entidade está atenta e indignada com o governo. "A categoria está sendo feita de palhaço. Temos diversas ações no STF (Supremo Tribunal Federal) e está tudo parado. O governo prometeu várias coisas e não cumpriu. Estamos atentos para o dia do julgamento (da tabela do frete), que vai acontecer em 10 de março."