Ata publicada nesta segunda-feira (10) no site da Prefeitura de Londrina mostra que o leilão de ações da Sercomtel já tem ao menos um interessado. As propostas deveriam ser enviadas à sede da B3, empresa responsável pela mediação do leilão na bolsa de valores, em São Paulo, das 10 horas às 14 horas desta segunda-feira (10), conforme cronograma constante no edital.

Imagem ilustrativa da imagem Leilão da Sercomtel recebe proposta de interessados
| Foto: Gustavo Carneiro

A ata não revela, entretanto, quantas propostas foram apresentadas. “O sigilo das propostas visa manter a competitividade dos interessados, evitar eventuais ajustes pelos interessados. É uma medida tomada em favor do interesse público”, explica o secretário municipal de Gestão Pública, Fabio Cavazotti.

Para ele, no entanto, o fato de haver interessados no leilão já pode ser considerado um passo importante no processo de desestatização da Sercomtel. “A expectativa é concluir com sucesso a operação. Esperamos ter uma boa disputa em benefício do patrimônio da cidade.”

Nesta segunda-feira foram abertos os primeiros envelopes - o Volume 1 -, contendo documentos dos representantes credenciados e a garantia de proposta, que serão analisados posteriormente e cujos resultados serão divulgados no dia 17. O Volume 2, contendo a proposta comercial, permanecerá fechado e será aberto somente no dia 18 se for verificada a regularidade dos documentos do Volume 1. O Volume 3, com os documentos de habilitação, ficará sob a custódia da B3 e será aberto apenas quando anunciado o vencedor do leilão, ainda no dia 18.

O leilão do valor das ações da Sercomtel é referente ao segundo edital de licitação publicado pela Prefeitura de Londrina no dia 9 de julho. No primeiro leilão realizado em fevereiro deste ano, não houve interessados.

A medida faz parte do processo de desestatização da companhia, que busca, por meio da reestruturação societária, transferir o controle da Sercomtel para a iniciativa privada. Atualmente, os maiores acionistas da companhia são o Município de Londrina e a Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica).

O valor estabelecido é de R$ 130 milhões em aporte de capital social a ser investido na companhia. Inicialmente, devem ser aplicados R$50 milhões no ato da subscrição, ou seja, emissão de novas ações, e o restante conforme a necessidade de caixa da Sercomtel, em um período máximo de 18 meses. No leilão, as propostas e lances serão sobre valor unitário das novas ações, com piso de R$ 0,01.

'Plano B'

Caso o leilão para a privatização da Sercomtel não obtiver sucesso, o presidente da Sercomtel, Claudio Tedeschi, já tem uma carta na manga: um empréstimo, de até R$ 30 milhões, junto à Agência de Fomento do Paraná, sancionado pelo executivo e transformado na Lei 13.065/2020, publicada no Jornal Oficial do dia 18 de junho. O recurso seria destinado à reestruturação administrativa da Sercomtel. A prioridade, no entanto, é dada ao capital privado.