Kumho em Londrina depende de financiamento do BNDES
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2000
Guto Rocha
De Londrina
A vinda da fábrica coreana de pneus Kumho para Londrina depende exclusivamente da liberação dos recursos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A afirmação foi feita ontem pelo vice-presidente do grupo Jabur Pneus, João Jabur, que intermedia a instalação da indústria no município. Se dependesse apenas da indústria, as obras seriam iniciadas ainda no primeiro semestre deste ano, afirmou Jabur.
Segundo o empresário, o processo foi adiado por três fatores. O primeiro foi a crise asiática, que atingiu a Coréia no final de 1997, logo após os empresários assinarem protocolo de intenção com o município e o Estado. Quando os coreanos superaram a crise, o Brasil entrou em uma nova crise, com a maxidesvalorização do real. O terceiro fator foi de ordem política com o BNDES, que o empresário londrinense preferiu não revelar.
Jabur afirma que a Kumho reiniciou o processo de solicitação de recursos junto ao BNDES. Ele observa que o atual presidente do banco, Andrea Calado, se mostrou mais sensível à substituição de importações pela produção interna. Jabur observou que o apoio que o Município e o Estado oferecem (terreno e insenção de IPTU, pelo Município, e dilação do prazo de pagamento do ICMS pelo Estado) são importantes mas não são suficientes para trazer a indústria.
O diretor da Jabur Pneus afirma que agora o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) está gestionando junto ao BNDES para conseguir a liberação dos recursos. Jabur observa que a indústria de pneus vai consumir investimentos da ordem de US$ 160 milhões, sendo que os recursos solicitados ao BNDES somam R$ 45 milhões. Mas este montante só será disponibilizado para os empresários coreanos a partir do terceiro ano.
A instalação da Kumho em Londrina poderá abrir 2,5 mil novos empregos diretos, quando a indústria estiver em plena produção. Isso acontecerá cinco anos após o início da construção. A indústria irá produzir 900 mil pneus para automóveis por ano e 600 mil para caminhões e ônibus/ano. Jabur observou que o mercado nacional conta com apenas quatro fábricas de pneus.

